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As desordens nos pés e nos calçados interferem diretamente no equilíbrio e no ciclo da marcha, podendo, consequentemente, ser um fator contribuinte para a incapacidade funcional e o aumento da prevalência de quedas na população geriátrica. Visto que a integridade dos membros inferiores possibilita melhor qualidade de vida e, sabendo que os distúrbios relacionados aos pés são evitáveis por meio de medidas preventivas, a realização do presente estudo, portanto, torna-se justificada1-2. A pesquisa objetivou verificar os principais distúrbios relacionados aos pés e os tipos de calçados utilizados em idosos institucionalizados no lar da velhice São José, em Canoas, Rio Grande do Sul.  Trata-se de um estudo transversal, de natureza quantitativa. A amostra foi constituída por 28 idosos, avaliados no mês de setembro do ano de 2014. Os idosos foram examinados individualmente, no período de atendimento diurno, por meio de tabela de anamnese, a qual consistiu em inspeção e palpação da região dos pés. Foram considerados fatores de exclusão os seguintes: incapacidade de deambulação e presença de sinais e sintomas indicativos de risco à vida durante a realização da coleta de dados.  Dos 28 avaliados, constataram-se os seguintes achados mais frequentes: alterações nas unhas (46,4%), rachaduras na pele (39,2%), hálux valgo (28,5%), micose entre os dedos (25%), parestesia (21,4%), hipotermia local (21,4%) e sobreposição de dedos (14,2%). Com relação aos calçados, foi observada inadequação de uso em dez idosos (35,7%). Destes últimos, sete eram do sexo feminino, evidenciando maior utilização inadequada em tal gênero.  A partir da análise dos resultados, conclui-se que as problemáticas nos pés dos idosos são frequentes, representam múltiplos fatores de risco intrínsecos para quedas e podem ampliar o declínio funcional. Muitos dos achados podem ser evitáveis através de intervenções precoces e acompanhamento contínuo, a fim de oferecer maior capacidade funcional e qualidade de vida3.