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UM ESTUDO SOBRE OS APORTES TEÓRICOS PARA ANÁLISE
PATRICIA CARLESSO MARCELINO

Última alteração: 23-09-2013

Resumo


INTRODUÇÃO: Os processos políticos das instituições de educação superior, um dos espaços mais politizados da sociedade, tornam-se relevantes dada a centralidade das instituições educativas no mundo globalizado. Neste sentido  é de primordial  relevância  estudar seus contextos.

OBJETIVOS: Com a intenção de desenvolver uma investigação sobre a temática da autonomia universitária, voltou-se para uma construção teórica que permitisse uma análise política da universidade, os quais foram embasados  do Centro para o Estudo da Educação Superior da Universidade de Virginia e  em especial do texto de Leite (2011).

METODOLOGIA: O estudo caracterizou-se por ser do tipo bibliografico, baseando-se  em seus  autores sobre a temática  proposta, estando vinculada a linha de pesquisa processos educativos e linguagem do PPGEDU da  Universidade de Passo Fundo.

RESULTADOS: Existem diversas perspectivas sobre a educação na sociedade capitalista, que podem ser agrupar em três tendências: Primeiro, as visões instrumentais e estruturalistas acerca do Estado; Segundo, as que veem o Estado como um organizador da acumulação capitalista relativamente autônomo; Terceiro, estão as perspectivas que trabalham com o conceito de hegemonia e do Estado como espaço em disputa, e admitem duas visões do espaço educativo como cenário de disputa. Essas teorias em conjunto sustentam os fundamentos para uma teoria política da administração universitária ao: Permitir estudar as disputas políticas e a distribuição de recursos na educação como confrontações em torno de concepções ideológicas. Analisar as estruturas e os processos de tomada de decisões na educação como um produto histórico da relação entre grupos dominantes e subalternos. Explicar as transformações na educação superior como consequência de demandas contrapostas pela reprodução da ideologia e pela capacitação, por um lado, e pela igualdade e a aquisição de consciência, de outro.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A questão central, para a  autora, incide sobre quais interesses estão sendo beneficiados e destaca duas características da universidade contemporânea: estratificação e desigualdade. Para além do Estado, a universidade pode ser entendida como um espaço público, como um local de grande importância intelectual, cultural e simbólica para a sociedade e para a economia política, de forma geral; representa ainda um espaço de resistência, de crítica e de investigação crítica livre do controle do Estado, dos interesses privados de mercado ou da própria instituição. As lições que podem ser apreendidas da competição política na Universidade de Virginia, segundo o autor, levam à compreensão das universidades públicas e privadas como instituições políticas, locais e instrumento da competição política, e como produtoras dos bens público e privado demandados por grupos de interesse. Permitem ainda verificar a importância da competição, a centralidade da universidade como esfera pública e o Estado como guardião da esfera pública. Examina ainda a educação superior, o número de instituições, de estudantes, o tamanho do sistema de ensino médio e os valores em investimento em educação superior no estado, do qual apenas cerca de um quarto vem da esfera pública ou estatal. Observa também um declínio, nos últimos vinte anos, na alocação de verbas públicas para o ensino superior no estado, o controle público do pagamento de taxas escolares para esse nível de ensino, uma crescente disparidade entre estudantes com financiamento para custear seus estudos e estudantes que se autofinanciam, nas principais instituições, e a aspiração da Universidade de Virginia para se tornar a principal universidade pública em financiamento privado no país.