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ESTUDO DE CASO DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA- M3
Martina Doninelli, Gabriela Carboni, Danury Baldasso, Alexandre Ehrhardt

Última alteração: 16-04-2015

Resumo


Introdução: As leucemias constituem uma proliferação neoplásica generalizada ou um acúmulo de leucócitos com ou sem envolvimento do sangue periférico. As leucemias e os distúrbios relacionados têm sido tradicionalmente classificados conforme o curso natural da doença (aguda versus crônica) e a linhagem predominante dos leucócitos determinada por características citológicas e citoquímicas. As leucemias agudas têm taxas elevadas de proliferação e caracterizam-se pela saturação da medula com células imaturas da série mielóide ou linfóide.  O grupo Franco-Americano-Britânica (FAB) classificou as leucemias agudas e seus subtipos, entre elas a LMA-M3 - Promielocítica Hipergranular, também nomeada Leucemia Promielocítica Aguda (LPA) que corresponde a 10% -15% das leucemias mielóides agudas (LMA).

Objetivo: Elucidar os achados laboratoriais da LMA-M3 através da análise de resultados do paciente.

Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo de caso clínico de uma paciente internada em um hospital da cidade Passo Fundo/RS diagnosticada com LMA-M3, utilizando dados laboratoriais juntamente com revisão bibliográfica utilizando artigos científicos e bases de dados online (Scielo e Google Scholar) buscando os seguintes descritores: leucemias, LMA-M3, leucemia promielocítica aguda (LPA).

Resultados  e  Discussão: Paciente do sexo feminino, 41 anos, recebida no laboratório ambulatorial em um hospital da cidade de Passo Fundo/RS para realização de  coleta sanguínea. Ao realizar o procedimento o coletador notou que a paciente apresentava petéquias e mal estar evidente. O hemograma exibiu alterações nos três parâmetros avaliados: eritrograma com todos os índices diminuídos, leucocitose de 17.920 /mm³ apresentando células imaturas (blastos) e trombocitopenia de 6.000/mm³. No esfregaço sanguíneo presença de promielócitos anormais, abundante granulações azurofilicas e bastonetes de Auer no citoplasma das células imaturas. Avaliada a gravidade, o caso foi comunicado ao médico que solicitou uma bateria de exames complementares, os quais foram decisivos para o diagnóstico. O exame de imunofenotipagem foi indicativo de leucemia promielocítica aguda, sendo confirmada por citogenética e/ou biologia molecular.  No laudo citogenético observou-se translocação envolvendo braço longo dos cromossomos 5 e 17 e uma deleção no braço longo do cromossomo 20. Na biópsia de medula óssea, o estudo imuno-histoquímico revelou células imaturas fortemente positivas para mioloperoxidase. O conjunto de exames confirmou o diagnóstico de leucemia mielóide aguda (LMA-M3). A paciente ficou hospitalizada na UTI e após vinte dias foi a óbito.

Conclusão: Clinicamente, as LMA referem-se ao um conjunto de doenças distintas que diferem pelas suas evoluções patogênicas, anormalidades genéticas, aspectos clínicos, resposta terapêutica e prognóstico. A LMA-M3 apresenta um quadro clínico e alterações laboratoriais compatíveis com coagulação intravascular disseminada. A análise citogenética ou molecular tem sido um instrumento na identificação dos tipos de LMA e o desenvolvimento de LMA-M3 geralmente está associada com alterações cromossômicas características t(15;17)(q22;q21). Mesmo com tratamento, os pacientes frequentemente evoluem a óbito devido a diáteses hemorrágicas.

Referências:

1. HENRY, John Bernard. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20º Ed. Barueri – SP: Manole, 2008.

2. Disponível em: <http://sites.unifra.br/Portals/36/CSAUDE/2007/leucemia.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2014.

3. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302000000100009&script=sci_arttext>. Acesso em: 26 ago. 2014.

4. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v27n2/v27n2a08.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2014.