Portal de Eventos da ULBRA., XII Fórum de Ensino, Pesquisa e Extensão (Carazinho)

Tamanho da fonte: 
PSEUDOTROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR EDTA
Gabriela Carboni, Danury Dal Piva Baldasso, Martina Doninelli, Alexandre Ehrhardt

Última alteração: 16-04-2015

Resumo


Introdução: A pseudotrombocitopenia é a contagem falsamente baixa de plaquetas em amostras de sangue coletadas em tubos contendo etilenedinitrilotetraacetato (EDTA) como anticoagulante. Essa diminuição é resultante da agregação plaquetária ``in vitro´´ ou também pode ser causada pelo chamado satelitismo plaquetário que é a formação de rosetas de plaquetas em torno dos neutrófilos diminuindo o seu número total  e desta forma  ocasionando  resultados errôneos e tratamentos desnecessários ao paciente.

Objetivo: Elucidar a importância da diferenciação entre um verdadeiro caso de trombocitopenia de uma pseudotrombocitopenia dependente de EDTA.

Materiais e Métodos: Foi realizado uma avaliação de um caso clínico em um  laboratório ambulatorial da cidade de Carazinho RS, sendo este caso de uma pseudotrombocitopenia EDTA dependente.  A revisão bibliográfica para suporte foi a utilização de artigos científicos em bases de dados online (Scielo), buscando os seguintes descritores:  pseudotrombocitopenia, agregação plaquetária, satelitismo plaquetário, EDTA.

Resultados  e  Discussão: Paciente de 69 anos do sexo masculino buscou o laboratório para a realização de exames de rotina, entre os quais estava solicitado o hemograma. Ao fim da análise dos resultados observou-se que o aparelho liberou  contagem de plaquetas  de 48.000/mm³ no hemograma. Foi então realizado os procedimentos normalmente utilizados para interferentes de plaquetopenias como: incubação em banho Maria 37ºC com posterior homogeneização  para excluir a possibilidade de aglomeração.  Após nova leitura do aparelho, os resultados permaneciam inalterados, exigindo avaliação cuidadosa do esfregaço sanguíneo onde demonstrou a ocorrência de agregação plaquetária em lâmina. Sem histórico clínico de plaquetopenia e nem tratamentos em curso o paciente foi chamado para recoleta do material. A coleta foi realizada de forma diferenciada usando para hemograma um tubo de vidro (sem anticoagulante) que foi imediatamente submetido à leitura automatizada e também um tubo com EDTA. A amostra isenta de anticoagulante resultou em uma contagem de plaquetas de 279.000/mm³, enquanto a que estava em contato com EDTA apresentou uma contagem de 65.000/mm³, sugerindo que este último valor, refere-se a uma pseudotrombocitopenia EDTA dependente.  Apesar de sua natureza fisiopatológica ser ainda incerta, tem sido proposto que a pseudotrombocitopenia é causada por auto-anticorpos que quando presentes no plasma, na presença de EDTA, reconhecem e se ligam a um epítopo de glicoproteina IIB (GPIIB), integrante do complexo GPIIB/IIIA da superfície plaquetária, promovendo aglutinação das plaquetas ``in vitro´´ podendo formar grumos em que o contador automático é incapaz de reconhecer.

Conclusão: A pseudotrombocitopenia, apesar de não tratar-se de uma patologia  e sim de uma reação causada exclusivamente `` in vitro´´, deve ser levada em consideração, pois a falha no reconhecimento desta alteração e a  inexistência  dos dados clínicos do paciente pode acarretar em diagnósticos errôneos e tratamentos inapropriados como: transfusão de plaquetas ou até uma eventual esplenectomia.

Referências:

1. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v40n5/a07v40n5.pdf>. Acesso em: 25 ago.2014

2. Disponível em: < http://www.quaglia.com.br/v10/pdfs/book_coagulacao4.pdf>. Acesso em: 25 ago.2014