Portal de Eventos da ULBRA., XIV Fórum de Ensino, Pesquisa e Extensão (Carazinho)

Tamanho da fonte: 
TÉTANO ACIDENTAL: DADOS EPIDEMIOLÓGICOS NO BRASIL DE 2010 A 2015
Camila Catto, Chari Fracielli Fleitas Bandeira, Anelise Schell Almeida

Última alteração: 17-10-2016

Resumo


O Tétano Acidental é uma doença infecciosa aguda não contagiosa, de notificação compulsória, pode ser classificado em acidental e neonatal, sendo este último de pior prognóstico e maior mortalidade (SALLES BRAUNER: VALIATTI; MACHADO, 2011). Este estudo tem por objetivo o levantamento de dados sobre Tétano Acidental através de dados do MS, permitindo comparativo dos casos encontrados nos 27 estados do Brasil em período de tempo de 2010 a 2015.   De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia: “A letalidade da doença é alta: de cada 100 pessoas que adoecem 35 a 40% morrem. No Brasil, tem-se observado uma redução contínua do tétano acidental. No ano de 1982 foram confirmados 2.226 casos, um coeficiente de incidência de 1,8 casos por 100.000 hab. Em 1992 ocorreram 1.312 casos, incidência de 0,88, redução de 58%. Em 2002 ocorreram 617 casos, incidência de 0,36, redução de 52,97% em relação à década anterior. Em 2006 ocorreram 415 casos, incidência de 0,22. Portanto, desde a década de 80 até o ano de 2006, houve uma redução de mais de 80% em todo o país. Sua letalidade varia em função da faixa etária do paciente, gravidade da forma clínica, tipo de ferimento da porta de entrada, duração dos períodos de incubação e progressão, presença de complicações respiratórias, hemodinâmicas, renais e infecciosas, local onde é tratado e qualidade da assistência obtida. A distribuição anual da doença não apresenta variação sazonal definida, apesar da incidência universal, o tétano é relativamente mais comum em países subdesenvolvidos, com baixa cobertura vacinal, ocorrendo indistintamente em área urbana e rural. Sua ocorrência está relacionada com as atividades profissionais ou de lazer, mas pode afetar todos os indivíduos não vacinados.  A infecção ocorre pela introdução de esporos em solução de continuidade da pele e mucosas (ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza). Todo ferimento suspeito deve ser limpo com água e sabão, além de ser desbridado amplamente. O período de incubação é relativamente curto, variando de 2 a 30 dias, raramente mais, nos casos em que o período de incubação é menor que 7 dias o prognóstico é pior. Foi detectado que o Rio Grande do Sul (158 casos) e o que apresenta no período dos anos 2010 a 2015 a maior taxa de casos de Tétano Acidental. Seguido pelos estados de Minas Gerais (152), Mato Grosso (123) e São Paulo (122) com taxas significativamente altas. No ano de 2013 ocorreu, no estado de Mato Grosso (50) o maior número de casos. No período analisado foram constatados 1607 casos nos 27 estados brasileiros. Tendo em vistas as informações apresentadas no trabalho, observa-se que a Clostridium tetani é uma bactéria que está presente no ambiente, qualquer pessoa que apresente algum fator predisponente poderá desenvolver a doença que se não diagnosticada e tratada adequadamente poderá levar a óbito, e uma maneira de prevenir esta doença é o incentivo e orientação da população acerca da vacinação necessária.

 

Referências

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica.  Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica,7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. Tétano acidental. Disponível em: < http://www.infectologia.org.br/pg/958/index.php> Acesso em 20 jun. 2016.

SALLES BRAUNER, J. L. S.; VALIATTI, J, C.; MACHADO, F. R. Diretrizes para o manejo do tétano acidental em pacientes adultos. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 23, n. 4, p. 394-409, 2011.