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Incidência de Sífilis Congênita no Rio Grande do Sul nos anos de 2016 e 2017.
Verzegnazzi Zanon, Sehn Gabriela, Almeida Anelise

Última alteração: 15-10-2018

Resumo


Considerada uma doença infecto-contagiosa, sistêmica, a sífilis possui evolução crônica, há infecção fetal ocorre por via hematogênica através da bactéria Treponema pallidum,ocorre também, no nascimento ou mesmo nos primeiros anos de vida por meio do aleitamento materno. A sífilis congênita- SC é considerada um agravo evitável e passível de eliminação, uma vez que o tratamento da infecção na gestante tem eficácia próxima a 100%

As doenças de transmissão vertical são passadas de mãe para o filho no período da gestação, no nascimento e através do aleitamento materno. A sífilis congênita é consequente à infecção  do feto pelo patógeno Treponema pallidum por via placentária, a partir do 4 o ao 5 o mês de gestação, antes desta fase a membrana celular constitui um obstáculo intransponível para a bactéria. Após sua passagem transplacentária, o treponema ganha os vasos do cordão umbilical e se multiplica rapidamente em todo o organismo fetal2 No ano de 2005 iniciou a notificação compulsória desta doença, deste período até junho de 2013, foram registrados 75.683 casos de sífilis em gestantes, ainda, em relação a SC em menores de um ano de idade, foram notificados 88. 829 casos no período de 1998 a junho de 2013. Em 2012, foram notificados 16.930 casos de sífilis em gestantes, corresponde a uma taxa de Detectação de 5,8 por 1000 nascidos vivos, representando um aumento de 18,4% ao ano anterior que foi de 28,5 mil e casos notificados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan em 2011 foi de 14.386 em gestantes. Em 2012 foram  notificados 11.316 casos de sífilis congênita, taxa de incidência de 3,9 casos por 1000 nascidos vivos, representando um aumento de 21,9% em relação a 2011. 3 No Estado do Rio Grande do Sul observou-se no ano de 2016 um total de 2092 casos de sífilis congênita notificados, 953 caos femininos e 969 masculinos, já no ano de 2017 este índice aumentou obteve-se 2236 casos, sendo destes 990 femininos e 1023 masculinos. O tratamento da sífilis é realizado através do uso da penicilina, apresentando eficácia de  100% em casos de sífilis congênita, desde que administrada até 30 dias antes do parto, não existe relatos de resistência da bactéria à droga, no entanto, ainda há locais cujo  percentual  é elevado dos casos de gestantes que não fazem o uso desta medicação, em 2012 os estados com maior e menor percentuais de não tratamento foram respectivamente o Acre 26,5 % e o Sergipe 5,6 %. No Acre 22,5 % dos casos de sífilis em gestantes, havia registro de que tais mulheres não haviam recebido o tratamento, isto explica o elevado índice de ocorrências de sífilis congênita; estado do Rio de Janeiro, apresenta 22% de não tratamento e a maior taxa de incidência da sífilis congênita no país, por exemplo.Os avanços na cobertura da testagem para sífilis, mostraram aumento de 145% na cobertura de testagem de 2006 para 2010 no Brasil, explica assim o aumento na Detectação de sífilis em gestantes.3 No Estado do Rio Grande do Sul teve-se um aumento de 144 casos de sífilis congênita no ano de 2017. Espera-se que a Detectação da sífilis em gestantes seja sempre superior a incidência da sífilis congênita, no entanto a incidência de sífilis congênita é superior a Detectação em gestantes em alguns estados, o que é indicativo de  falhas na atenção a tais gestantes, como o tratamento inadequado ou não realizado, gestantes identificadas somente na hora do parto e orientações.