Última alteração: 10-10-2018
Resumo
A ordem Filariidea tem ampla gama de espécies, entre elas temos Wuchereria Bancrofti, Brugia Malayi e Timori, Onchocerca Volvulus, Mansonella Ozzardi, Dipetalonema Perstans e Streptocerca, Dirofilaria Immitis, Loa Loa e Dracunculus Medinensis. Entre estas filarioses, a linfática (causada pela Wuchereria bancrofti) merece atenção por sua grande incidência, consiste em uma doença negligenciada, com caráter debilitante, acomete cerca de 120 milhões de pessoas no mundo. Dado ao exposto, o presente estudo tem como objetivo compreender seu modo de transmissão, bem como analisar formas de prevenção e erradicação desta doença. O trabalho empregou revisão bibliográfica em livros, pesquisas de artigos nas bases do Google Acadêmico e Scielo, com os descritores Filariose Linfática, Culex e Wuchereria bancrofti, além de outras referências online para complemento. A Filariose constitui-se em uma doença parasitária crônica causada por vermes nematoides (filárias), nos seres humanos o parasita é Wuchereria bancrofti, sendo vetor o mosquito Culex quinquefasciatus. O homem consiste na primeira fonte de infecção da doença e a transmissão ocorre por intermédio da picada do mosquito. No mundo, as regiões tropicais e subtropicais são as mais atingidas devido a pobreza e problemas na rede de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde a filariose linfática é uma das principais doenças crônicas que podem causar número de incapacidades permanentes ou por um longo prazo, avalia-se que 1/5 da população mundial são portadores de filariose. Desta forma a Organização Mundial da Saúde planeja extinguir a doença até 2020 esta constitui-se em um problema de saúde pública, tem grande impacto socioeconômico e gera exclusão social, atinge ambos os sexos e pessoas de idades variadas em mais de 80 países. No Brasil, a Região Metropolitana do Recife tem o principal foco ativo e maior transmissibilidade, acompanhada por Maceió e Belém. A transmissão da filaríase se dá pela presença das formas embrionárias (microfilárias) no sangue humano, estas são sugadas pelo mosquito. As microfilárias no interior do vetor tem seu desenvolvimento no sistema linfático de 14 a 21 dias e evolui em três fases larvais até tornar-se infectante e com sua contínua produção ocorre seu ciclo biológico, facilitado pelo calor humano. O quadro clínico da pessoa parasitada pode ser assintomático, constituindo microfilárias no sangue, agudo, como linfagite, linfadenite associada com febre e mal-estar, funiculite e orquiepididimite, ou crônico com apresentação de linfedema, hidrocele, quilúria e elefantíase. O diagnóstico ocorre pelo quadro clínico (dor inguinal ou perna, febre) dados epidemiológicos, microfilárias no sangue através da gota espessa da polpa digital, biópsia de linfonodo, ultrassom, Reação em Cadeia da Polimerase, Reação de Imunofluorescência ou ensaio imunoenzimático. O tratamento da doença realiza-se para reduzir e prevenir a morbidade, corrigir as alterações e impedir a transmissão a novos hospedeiros. Desta forma trata-se com medicamentos como Citrato de Detilcarbamazepina e uso de antibiótico, como invermectina. Recomenda-se intensa higiene local, cremes antibióticos, exercício do membro afetado, meias elásticas para compressão, a correção aos danos linfáticos pode ser feita através de cirurgia. Destaca-se necessidade de campanhas de prevenção à referida parasitose, principalmente por medidas de cuidado, pessoal e do ambiente habitado.