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INFECÇÃO POR UREAPLASMA UREALYTICUM: RELATO DE CASO
Gisele Schneider, Cesar Trojahn Filho

Última alteração: 02-10-2018

Resumo


O Ureaplasma urealyticum é caracterizado como o menor microorganismo auto-replicante, podendo ser cultivado em meio artificial. Sendo sexualmente transmissível, o mesmo está mais comumente relacionado a mulheres adultas em idade fértil, podendo ou não causar sintomas e/ou complicações. O objetivo dessa pesquisa foi relatar o caso de uma paciente com Ureaplasma urealyticum, fazendo revisão literária da patologia em questão. Primeiramente realizou-se a revisão de prontuário da paciente, sendo esta diagnosticada em um laboratório de análises clínicas de Carazinho/RS. Em seguida, iniciou-se uma pesquisa da literatura nacional e internacional, nas bases de dados Pubmed e Scielo, abrangendo relatos de caso, estudo de casos e artigos de revisão publicados nos últimos três anos. Os descritores utilizados foram: Ureaplasma Urealyticum, Sexually Transmitted Diseases, Infection. Os artigos foram selecionados tendo como critérios sua relevância, atualidade, publicação em revistas conhecidas e confiáveis. Foram descartados os artigos que não apresentavam metodologia adequada ou não abordavam a área de interesse. A infecção por Ureaplasma urealyticum chega a ser detectada em 40-80% das amostras de secreção vaginal das mulheres. Apesar de ser pouco discutido rotineiramente, este agente patológico pode causar diversas complicações incluindo infertilidade, nascimento de bebês prematuros e infecções pós-parto, além de, mais recentemente, também demonstrar associação com neoplasia intraepitelial cervical e infecção por papilomavírus humano (HPV). Alguns estudiosos levantam a hipótese de que a patogenicidade do agente está relacionada ao seu alto número, enquanto que números baixos estariam relacionados à colonização, realçando a ideia de que pode estar presente no trato genital sem necessariamente apresentar sintomas. No presente estudo a paciente, de 21 anos, com vida sexual ativa, relatou ter percebido a presença de corrimento vaginal e urgência urinária. Ainda, informou não estar fazendo uso de nenhum medicamento para tratamento dos sintomas. Após consulta com médica ginecologista, houve solicitação de alguns exames, incluindo a pesquisa de Ureaplasma urealyticum. Após raspado endocervical e  colheita do material necessário, as análises foram feitas, sendo que houve confirmação da presença de Ureaplasma urealyticum, com contagem de colônias superior a 10.000 na amostra. Os demais exames foram negativos, confirmando a infecção por Ureaplasma urealyticum apenas. Com isso, conclui-se que o Ureaplasma urealyticum é um patógeno de extrema importância clínica, transmitido por contato sexual, podendo ou não ocasionar sintomas e/ou diversas complicações. Ressalta-se também, neste contexto, a importância do uso de preservativos e da atenção ao aparecimento de quaisquer sintomas clínicos.