Última alteração: 24-10-2019
Resumo
Os fármacos não utilizados são rejeitados inadequadamente, em vasos sanitários ou lixo doméstico. A contaminação por medicamentos é responsável por gerar impactos no meio ambiente e ecossistemas. Apesar da existência dos postos de coleta, onde os medicamentos vencidos ou em desuso são recolhidos, a falta de informação da sociedade e de uma legislação especifica ocasiona um problema crescente de contaminação. O objetivo do presente trabalho é demonstrar como o descarte indevido de fármacos pode causar riscos de contaminação aos aquíferos, consequentemente afetando a saúde da população. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, pautado com abordagem descritiva. Realizado através de uma pesquisa nos bancos de dados Scielo e Google Acadêmico, buscando pelos termos “descarte de medicamentos”, “contaminação” e “impacto por resíduos medicamentosos”, tendo como critérios de inclusão artigos publicados a partir de 2009. Foram excluídos artigos que não abordavam a área de interesse e publicações desatualizadas que não cumpriram os critérios anteriormente estabelecidos. Foram explorados 10 artigos e, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, 5 foram selecionados para leitura. A variedade de patologias virais, bacterianas e crônicas fez com que empresas farmacêuticas se dedicassem cada vez mais à descoberta de moléculas efetivas e seguras de estrutura química variada. O avanço farmacêutico causou uma grande transformação na saúde, tendo em vista que os medicamentos são uma tecnologia diversificada e comum à sociedade. Entretanto, no contexto social ancorado sobre o capitalismo, o incentivo ao consumo deliberado de fármacos foi intensificado. Cunhado sobre o tratamento errôneo, a administração desnecessária e negligente – tanto por parte do profissional quanto do civil – somado à variedade de remédios independentes de prescrição e a cultura da automedicação, é crescente o risco de efeitos tóxicos e de impactos ambientais. O descarte inapropriado de medicamentos é uma das diversas causas da contaminação ambiental. Ainda não se conhecem todas as consequências decorrentes dessa exposição aos fármacos, tampouco todos seus efeitos tóxicos ao meio ambiente. As drogas quando eliminadas em vasos ou pias permanecem com sua forma ativa e, quando descartadas, são levadas dos ductos de esgoto até a estação de tratamento, porém, alguns fármacos permanecem íntegros, ou sofrem degradação em somente uma fração de seu princípio ativo, após tratamento, grande parte da composição molecular está retornando como água tratada para os lares. Medicamentos descartados dessa forma intensificam a probabilidade de contaminação, enquanto fármacos eliminados íntegros, isto é, sem sofrer modificação ou metabolização alguma. Portanto, essa é a principal forma de contaminação de aquíferos, tendo em vista que o modo convencional de tratamento apresenta restrição na retirada de diversos fármacos. A maior preocupação em relação a presença dos fármacos, na água são os efeitos adversos para a saúde humana. Dado o exposto, torna-se indispensável a atenção e conscientização sobre o descarte devido de medicamentos em desuso, visto que, apesar dos postos de coleta disponibilizados - geralmente por farmácias – os populares não conhecem a dimensão ou as consequências do rejeito indevido de fármacos.