Última alteração: 16-10-2019
Resumo
O OLHAR DO IDOSO FRENTE AO ENVELHECIMENTO:
Compreendendo a velhice a partir do olhar de quem a vivência.
Alybny de Souza Nascimento[1]
Mari Lucia Zorzi[2]
Marieli Larissa Bortoli[3]
Anelise Schell Almeida[4]
RESUMO
A compreensão de morte e velhice depende de definições culturais, e a cultura é extremamente importante para a gerontologia, pois a forma com que uma sociedade define conceitos como pessoa, idade e curso da vida varia muito a depender do contexto cultural no qual se está inserido. O presente estudo tem como objetivo Conhecer o olhar do idoso acerca do significado da velhice e da experiência de envelhecer. Trata-se de um estudo descritivo, tipo revisão bibliográfica, no qual se pesquisou artigos na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e na Scientific Electronic Library Online (SCIELO), no período de 2010 a 2018, utilizando-se os seguintes descritores: Envelhecimento; Idoso; Saúde do idoso. Foram encontrados 33 artigos científicos, dos quais foram selecionados seis, por contemplarem todos os descritores do estudo. O enfrentamento de pessoas idosas é diferente do enfrentamento de pessoas em outras faixas etárias, já que os agentes estressores também se modificam de acordo com a idade. A Enfermagem tem papel fundamental nesse processo, onde presta cuidados de forma generalista suprindo todos os eixos do cuidado e atenção ao idoso, muitas vezes tomando o papel de cuidador do mesmo.
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PALAVRAS CHAVE: Envelhecimento. Idoso. Olhar.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento pode ser apontado pelo conjunto de efeitos da passagem do tempo, experiências naturais da vida, marcadas pela subjetividade, ou seja, experiências únicas de cada indivíduo considerado um processo fisiológico, e que através de uma involução afeta todos os sistemas de forma variável. Essa involução não impede, entretanto, que a pessoa se mantenha ativa, independente e feliz. A possibilidade de planejamentos estão presentes, pois os adultos de hoje são os idosos de amanhã, é notável um interesse em uma preparo para esta etapa fisiológica da vida. Entretanto, aos idosos a visão do envelhecer é bastante singular passando pela interpretação de cada pessoa e como isto afeta a sua vida.
Nos últimos anos, o envelhecimento populacional tem se tornado um fenômeno mundial, devido a modificações demográficas e de saúde atingindo países desenvolvidos e em desenvolvimento (MARINHO et al., 2013).
OBJETIVO
Conhecer o olhar do idoso acerca do significado da velhice e da experiência de envelhecer.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, tipo revisão bibliográfica, no qual se pesquisou artigos na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e na Scientific Electronic Library Online (SCIELO), no período de 2010 a 2018, utilizando-se os seguintes descritores: Envelhecimento; Idoso; Saúde do idoso. Foram encontrados 33 artigos científicos, dos quais foram selecionados seis, por contemplarem todos os descritores do estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Brasil, acompanhando o cenário demográfico mundial, tem apresentado rápido crescimento da população idosa. Como consequência desse aumento na expectativa de vida, a previsão é que em 2020 existirão 30,8 milhões de idosos, uma média de 14,2% dos brasileiros (IBGE, 2010).
O envelhecimento ocasiona diversas transformações na vida do indivíduo e de seus familiares, com o surgimento de novos direitos e perda de outros. Consequentemente, diversos problemas físicos, psíquicos e sociais(FREITAS, QUEIROZ E SOUZA, 2010).
O envelhecimento propicia o acúmulo de perdas, que significam mortes simbólicas: perde-se o vigor físico, entes queridos, a força das relações emocionais, o convívio social e também o seu valor como pessoa em uma sociedade pautada na produtividade. Observa-se, quanto às alterações do processo de envelhecimento, uma queixa persistente é o aparecimento de doença, perda da altivez e a não participação em atividades da forma e disposição previamente obtida por eles. A constante busca pela ‘juventude’ vem pelo medo da rejeição que muitas vezes ocorre no ambiente social, e através desta busca o idoso se sente valorizado, e inserido na sociedade (MORAES et al, 2010).
Há também idosos que acreditam que a idade não é cronológica, mas determinada pelas suas vivências internas, ou seja, refere-se à idade que se apercebe internamente, o que configura um estado de espírito. Faz-se necessário estimular medidas que possibilitem a interação dos idosos com a sociedade, a partir da participação em grupos de convivência da terceira idade ou qualquer atividade grupal que permita a socialização, desenvolvimento de habilidades e momentos de lazer. Observa-se a importância de estimular o elo dos idosos com a família, que constitui base fundamental para o estabelecimento de uma melhor qualidade de vida (FREITAS, QUEIROZ E SOUZA, 2010).
A enfermagem, que possui como essência o cuidado ao indivíduo, necessita estar atenta a sinais de que caracterizem consequências negativas na vida das pessoas idosas para assim intervir precoce e eficazmente, com o intuito de prevenir e amenizar este sentimento ruins, e melhorar a qualidade de vida das mesmas(LEITE e ARAUJO, 2017).
O conceito de velhice é observado em sua maioria como fator de desigualdade, o sentimento de inferioridade pela idade está presente, e é relatada pelos idosos. Apesar de, também possuírem seus pontos positivos que variam de acordo como as pessoas vivem e vivenciam essa etapa da vida. A forma como é constituído os hábitos de vida de cada um, reflete na percepção e na transposição de sentimentos aos seus sucessores (filhos). Está comprovado que ao presenciar a velhice de alguém próximo, influencia na forma como a pessoa pretende envelhecer (MORAES et al, 2010).
O envelhecer hoje está sendo explorado como uma das fases mais extensa dos ciclos da vida humana. Devido a projeção e preparação para tal, apesar dos desafios associados. O psicológico e a aceitação estão interligados para uma velhice mais tranquila, não há como mudar o inevitável, e sim aprender a conviver com ele da melhor forma (SANTANA; BERNARDES; MOLINA; 2016).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de envelhecimento na atualidade é um fato que não pode ser mais contestado. O envelhecimento é uma fase da vida permeada por múltiplas perdas. Perde-se a juventude, acompanhada, algumas vezes, também da perda da saúde e da própria independência. Sem negar as virtudes e a sabedoria que acompanham o envelhecer, é preciso reconhecer que para a maioria das pessoas esse processo não constitui uma etapa fácil. As pessoas estão vivendo por mais tempo. Essa vivencia é absolutamente individual e heterogênea, cuja conquista se dá dia após dia, desde a infância. A compreensão das diferentes concepções de velhice para idosos é um desafio, sobretudo porque esse processo envolve particularidades resultantes dos diferentes contextos de vida. A enfermagem, quando toma conhecimento desta interpretação feita pelo próprio idoso sobre o seu processo de envelhecimento, evidencia o potencial do idoso, complementando seu conhecimento teórico, facilitando a compreensão de aspectos relacionados ao processo de envelhecimento, possibilitando, dessa maneira, o envelhecer saudável, mesmo com as inevitáveis modificações das dimensões física, mental e social.
REFERÊNCIAS
MARINHO, L. M et al. Degree of dependence of elderly residents in geriatric long-term care facilities in Montes Claros, MGa. Rev. Gaúcha Enferm., Minas Gerais, v. 1, n. 34, p. 104- 110, fev. 2013.
MORAES, Edgar Nunes de; DE MORAES, Flávia Lanna; LIMA, S. D. P. P. Características biológicas e psicológicas do envelhecimento. Revista Medicina Minas Gerais, v. 20, n. 1, p. 67-73, 2010.
FREITAS, Maria Célia de ; QUEIROZ, Terezinha Almeida; SOUSA, Jacy Aurélia Vieira de. O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 44, n. 2, p. 407-412, 2010.
LEITE, Â. R. L.; ARAÚJO, M. S. S. Significados da velhice para quem envelhece (u). Temporalis, Brasília (DF), v. 17, n. 33, p. 193-210 jan./jun. 2017.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Tábua completa de mortalidade - 2010.
SANTANA, C. S.; BERNARDES, M. S.; MOLINA, A. M. T. B. Projetos de vida na velhice. Estud. Interdiscipl. Envelhec., Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 171-186, 2016.
[1] Acadêmica do Curso de Enfermagem /ULBRA Carazinho. alybny@hotmail.com
[2] Acadêmica do Curso de Enfermagem /ULBRA Carazinho. lucizorzi@hotmail.com
[3] Acadêmica do Curso de Enfermagem /ULBRA Carazinho. lelibortoli@gmail.com
[4] Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente do Curso de Enfermagem da ULBRA Carazinho. Orientadora. anelisealmeidafw@yahoo.com.br