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O USO DA OZÔNIOTERAPIA NA MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
Ariânie Elise Schneider, Dandriaila de Melo Siqueira, Anelise Schell Almeida, Thais Kuhn Queiroz

Última alteração: 26-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO Podes-se dizer que o envelhecimento é um processo natural, no qual ocorre a diminuição orgânica e funcional, não resultante de doença, sendo um processo inevitável que ocorre com o passar do tempo. Porém, o envelhecimento saudável é o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar na idade avançada (OMS, 2015). Tendo em vista que a estimativa populacional de idosos deve triplicar no ano de 2060, representando um elevado número de idosos no país, percebe-se a necessidade de uma melhora na qualidade de vida destes e, na inovação dos métodos de diagnósticos e de tratamento, utilizando terapias alternativas, como a ozônioterapia, como forma de melhoria nas condições de saúde, permitindo o prolongamento da vida e em melhores circunstâncias. O estudo tem como objetivo conhecer a utilização da ozônioterapia no idoso na manutenção da qualidade de vida destes, com a pretensão de obter subsídios para a prática de terapias aos idosos em um momento tão especial da vida em que todos merecem serem confortados. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma revisão narrativa da literatura com abordagem qualitativa de caráter exploratório com periódicos indexados nas bases de dados da SCIELO, BVS e manuais do Ministério da Saúde. Foram utilizados como descritores: ozônioterpia, idoso, qualidade de vida. Como critério de inclusão foi utilizado artigos que contemplem o assunto de pesquisa, no período de 2005 a 2020, nos idiomas português e inglês. RESULTADOS Segundo a OMS (2015), o processo de envelhecimento saudável, também conhecido como envelhecimento bem-sucedido, envolve a redução dos impactos inoportunos do envelhecimento, mantendo uma boa saúde física e mental. Com o aumento da expectativa de vida e o frenético processo de envelhecimento, a população deverá ficar atenta quanto as enfermidades e limitações que os idosos irão apresentar a partir de doenças crônicas-degenerativas, levando a uma consequente incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida. (AMARAL et al., 2013). Nesse contexto se manifesta a síndrome da fragilidade do idoso, que pode ocasionar menor tolerância fisiológica e psicológica a fatores estressantes e alta exposição aos riscos de eventos adversos à saúde física e mental, proveniente do declínio de reservas fisiológicas e funcionais em diversos sistemas (MELO, et. al. 2018). A ozônioterapia já é conhecida desde o período da Segunda Guerra Mundial, onde já foi utilizada em países como Alemanha e União Soviética e após foi incrementada nos países da Europa, China e América, mas sendo legalizada somente na Russia, Cuba, Espanha e Itália (FALZONI, 2017).

Muitos comparam a ozônioterapia com a câmara hiperbárica de oxigênio (OHB) porém, o tratamento com a administração de 10ml do gás ozônio intra-articular é mais prático, eficiente e com menor custo. O tratamento com ozônio consiste em uma combinação de 95% de oxigênio e até 5% do gás ozônio. Durante o processo de tratamento de ozônioterapia, o gás estimula uma sucessão de recursos que facilita e normaliza a oferta de oxigênio no organismo, atuando na reparação de danos ou doenças ligadas á isquemia, infecções, retardo no processo de cicatrização e estresse oxidativo, doenças que geralmente estão presentes na vida de indivíduos idosos (BOCCI, 2005). Ainda não se conhece totalmente o mecanismo de ação do ozônio, mas existe possíveis teorias de que ele atua sobre os microrganismos, inativando-os. Já nas bactérias, o ozônio é capaz de quebrar a integridade do envelope celular, já que o gás é capaz de oxidar os fosfolipídios e proteínas presentes. Nos fungos, ele impede o crescimento celular e nos vírus o gás é capaz de afetar o capsídeo viral, impedindo o ciclo reprodutivo (ANAGHA, 2016). Como toda forma de tratamento, a terapia com gás ozônio também possui suas vantagens e desvantagens. Como lado positivo, a ozônioterapia previne o estresse oxidativo, fazendo com que os níveis de peróxido orgânico se normalizem e, levando a ativação do superóxido dismutase. As desvantagens envolvem á possível oxidação em excesso, além da geração de radicais livres e a peroxidação de lipídios, que pode levar a lesão ou morte celular. Se for administrado de forma incorreta, como por via intravenosa, pode causar embolia, sensação de queimadura nos olhos, problemas cardíacos, problemas nas vias respiratórias, dificuldade na respiração e sintomas como rinite, vômito e náusea (ELVIS, 2011). CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente no Brasil, a prática de tratamento com ozônio é conhecida como uma prática integrativa e complementar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Estima-se que anualmente cerca de 5 milhões de pessoas são beneficiadas pela terapêutica em questão (VALADARES, 2018). Ao final do estudo conclui-se que mesmo o ozônio sendo um recurso terapêutico inovador e pouco conhecido, oferece muitas vantagens durante sua utilização, como a atenuação da dor, melhora da qualidade de vida e das incapacidades em pacientes geriátricos. Pelo seu baixo custo e eficácia, esta modalidade de tratamento deveria ser mais utilizada pelos profissionais da saúde. Constata-se também a necessidade de mais estudos referentes a terapia, visto que seu mecanismo de ação ainda não é conhecido totalmente e o material disponível ainda se encontra escasso. Pode-se dizer que é preciso que os profissionais da área da saúde busquem cada vez mais subsídios e alternativas para ter condições de ofertar um atendimento focado nas necessidades do público idoso, melhorando a qualidade de vida daqueles que muito fizeram nesta vida e precisam do cuidado na integralidade.