Portal de Eventos da ULBRA., XX FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
ERLIQUIOSE MONOCÍTICA CANINA – RELATO DE CASO
Kimberli de Oliveira Duarte, Luize Brenner, Mariangela da Costa Allgayer

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


A erliquiose monocítica canina é uma doença de distribuição mundial, entretanto, sua prevalência no estado do Rio Grande do Sul é baixa. A doença é causada pela bactéria Ehrlichia canis que, ao infectar cães, pode produzir sintomas e alterações hematológicas distintas, conforme a fase clínica da doença. O objetivo deste resumo é relatar a ocorrência de Erliquiose monocítica em um canino atendido na clínica do Hospital Veterinário da ULBRA (Canoas). Realizou-se um hemograma e bioquímica sérica de um canino, fêmea, 8 anos, sem raça definida no Laboratório de Patologia Clínica. A paciente era assintomática e sua análise hematológica seria apenas para check-up. No hemograma foi observado uma leve anemia, normocítica normocrômica, linfocitose, trombocitopenia e elevação das proteínas plasmáticas totais. A bioquímica sérica demonstrou hipoalbuminemia e hiperglobulinemia. Conforme informações do tutor, a paciente era oriunda do estado da Bahia e havia se mudado alguns anos antes. Devido a esse histórico e as alterações observadas, foi realizado o teste rápido 4Dx Plus, da Idexx®, onde foi constatado positividade para anticorpos contra Ehrlichia canis e Ehrlichia ewingii. Foi realizado o tratamento com doxiciclina, 10 mg/kg, SID por 28 dias. Após 30 dias do fim do tratamento foi realizado uma nova análise da paciente, constatando uma recuperação completa da anemia, trombocitopenia e linfocitose. A dosagem de albumina aumentou, mas ainda apresentava hipoalbuminemia, assim como a dosagem das globulinas. O tutor foi orientado a realizar um novo exame após 90 dias para acompanhamento da paciente. O resultado positivo do teste rápido não indica presença de doença ativa, porém, as alterações hematológicas foram suficientes para a realização do tratamento. A assintomatologia apresentada pode ser observada na fase subclínica da doença, que pode persistir de 6 semanas a anos. A anemia normocítica normocrômica e trombocitopenia são achados comuns na doença, assim como a linfocitose, sendo esta última causada pela resposta antigênica. As anormalidades séricas observadas são condizentes com os relatos da literatura, hipoalbuminemia com hiperglobulinemia. A hiperglobulinemia pode ser devido a estimulação antigênica, causando uma gamopatia policlonal, e havendo esta alteração, a hipoalbuminemia se apresenta de forma compensatória.  As globulinas podem permanecer aumentadas por meses, porém, a trombocitopenia geralmente resolve-se em 1 a 3 meses. A plaquetopenia pode ser ocasionada pelas perdas por consumo nos casos de vasculite, por destruição imunomediada e sequestro de plaquetas no baço, enquanto a anemia pode ser decorrente da resposta inflamatória do organismo ou início de uma hipoplasia. Conclui-se que exames anuais podem auxiliar na descoberta de doenças em fase subclínica, ajudando numa melhor recuperação do paciente.

Palavras-chaves: Hemoparasitose; trombocitopenia; anemia; hiperglobulinemia.

 


Texto completo: POSTER