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LEVANTAMENTO DO PERFIL DAS BACTÉRIAS ISOLADAS EM AMOSTRAS OTOLÓGICAS REALIZADAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA – ULBRA
Priscila Teixeira Ferreira, Amanda Pereira Duarte, Celso Pianta, Cristina Zaffari Grecelle

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


A casuística das enfermidades otológicas é relevante na clínica médica veterinária de animais de companhia e diversos fatores podem ser a causa primária, secundaria ou perpetuante da doença. Além disso, devido ao  surgimento de multirresistência antimicrobiana, faz-se necessário o uso de diagnósticos complementares, como cultura microbiológica e antibiograma, para auxiliar o tratamento dos casos de afecções otológicas. Nesse contexto, avaliou-se o perfil das bactérias isoladas em 2020 a partir de amostras otológicas encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia, do Hospital Veterinário da Universidade Luterana do Brasil. As amostras otológicas foram coletadas através de suabe estéril. Previamente à inoculação, realizou-se o exame direto para pesquisa de Malassezia sp. pelo esfregaço em lâmina de vidro corada pelo método de Gram. O suabe foi inoculado em placas de ágar sangue e MacConkey e conservado em caldo infusão cérebro coração (BHI) (Kasvi®). Os meios foram incubados em estufa microbiológica a 35°C (± 2°C) por 24 horas. Após a incubação, amostras que não apresentaram crescimento bacteriano foram reinoculadas da amostra em caldo BHI e incubadas como mencionado anteriormente. As amostras com crescimento bacteriano foram submetidas à coloração de Gram e às provas bioquímicas para identificação e, se requisitado, ao antibiograma para determinar o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos (ATM). Por meio da técnica de disco-difusão de Kirby e Bauer, os isolados foram inoculados em ágar Mueller-Hinton (Kasvi®) testados frente a 12 ATM e uma associação de ATM com inibidor de beta-lactamase. Os princípios ativos testados foram: amoxicilina, amoxicilina+ácido clavulânico, cefalexina, ceftiofur, ciprofloxacina, doxiciclina, enrofloxacina, gentamicina, imipenem, neomicina, norfloxacina, polimixina e tobramicina. Até o presente momento, foram realizadas 26 culturas bacteriológicas de amostras otológicas e 92% delas (24/26) foram provenientes de cães. No exame direto, 31% (8/26) das amostras apresentaram a presença de Malassezia sp. acima do padrão fisiológico (> 3 por campo) e 88% (23/26) apresentaram crescimento bacteriano. Em 83% (19/23) foi identificado Staphylococcus sp. e 43% (10/23) de Bacillus sp. As bactérias Gram negativas identificadas com maior frequência foram Pseudomonas sp. e Proteus sp., 22% (5/23) e 17% (4/23) das amostras, respectivamente. 23 amostras foram submetidas ao antibiograma, sendo 91% (21/23) resistente a, pelo menos, um ATM. Os ATM com maior número de amostras resistentes foram amoxicilina, 83% (19/23), cefalexina e polimixina, ambas com 57% (13/23). Apenas dois isolados foram sensíveis a todos os ATM (9%, 2/23). 48% (11/23) dos isolados foram resistentes entre quatro a seis princípios ativos. Um isolado apresentou resistência a todos os ATM testados, inclusive ao imipenem, utilizado em infecções graves e hospitalares. Por fim, os dados obtidos evidenciam uma significativa ocorrência de resistência bacteriana.

 

 

Palavras-chave: bacteriologia, otite, canino, felino.


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