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PERCEPÇÃO DE FELICIDADE DE AGRESSORES DOMÉSTICOS
Dóris Cristina Gedrat, Eliane Fraga da Silveira, Gehysa Guimarães Alves, Ângela da Silva Pereira

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


Introdução: antes de vitimizadores, os agressores de parceiras íntimas foram vítimas, e a reprodução desse padrão nas relações os leva a viver profundamente infelizes, mesmo sem consciência disso.

Objetivos: conhecer a percepção sobre a felicidade de homens com conduta violenta atendidos por um núcleo de assistência a vítimas de violência em uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre, RS. Investigar se existe relação entre o ato de agredir e a percepção de felicidade do agressor. Conhecer quais determinantes influenciam para que os indivíduos se considerem felizes e quais atitudes influenciam para a conquista da sua felicidade.

Metodologia: pesquisa descritiva exploratória, de abordagem qualitativa. Foram entrevistados 16 homens com medida protetiva (Lei Maria da Penha - 11.340/2006), atendidos no Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência da cidade. As entrevistas foram realizadas durante o mês de dezembro de 2018,  gravadas para posterior análise. As respostas dos participantes foram analisadas pelo método de análise temática de conteúdo (Minayo, 2014).

Resultados: a família e o convívio familiar foi o item codificado com maior frequência de respostas entre os 16 entrevistados quando questionados sobre seu conceito de felicidade, sobre as dificuldades que encontram para serem felizes e sobre suas atitudes na busca da felicidade.

Figura 1: Ocorrência e frequência dos códigos utilizados na análise do conteúdo resultante das entrevistas com 16 homens com medida protetiva.

Fonte: a pesquisa

 

Conclusões:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a violência doméstica contra a mulher como uma questão de saúde pública, constituindo-se num grave problema para ser reconhecido e enfrentado, tanto pela sociedade como pelos órgãos governamentais. Atribuir a condição da mulher como única vítima não irá solucionar o problema, faz-se necessário considerar o fato de que o homem também sofre as consequências impostas pela sociedade, na medida em que é privado de viver mais plenamente suas potencialidades. Portanto, existe a necessidade de buscar novas relações sociais, não mais regidas pelo poder e dominação, e sim pela reciprocidade entre os sexos.

Referências bibliográficas:

Brissos-Lino, J. (2015) A desigualdade entristece (segundo um relatório internacional sobre a felicidade). Blogue mantido por José Brissos-Lino, 2015. Disponível em: https://brissoslino.wordpress.com/2015/07/27/a-desigualdade-entristece-segundo-um-relatorio-internacional-sobre-a-felicidade/ Acesso: 30/05/2020

Minayo, M.C.S. (2014)  O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. 14 ed. São Paulo: Hucitec.

Musleh, M.H. (2013) O vitimizador. In: Seixas, M.RD.; Dias, M.L (Org.) A violência doméstica e a cultura da paz. Santos, SP: Roca. p.171-182.

Sarriera, J. C.; Bedin, L. M. (2017) Psychosocial Well-being of Children and Adolescents in Latin America. New York: Springer Verlag.

 


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