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AVALIAÇÃO DO PONTO DE FLUIDEZ DE BIODIESEIS DERIVADOS DE ÓLEOS E GORDURAS
Luiz Antonio Mazzini Fontoura, Rodrigo Schneider, Ari Augusto Costa, Jordão Souza Fialho, Samuel José Santos

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


O biodiesel é um biocombustível empregado como substituinte parcial ou total do diesel fóssil. É constituído por uma mistura de ésteres graxos de propriedades muito semelhantes ao diesel de petróleo. O biodiesel é obtido industrialmente, principalmente, por transesterificação de óleos e gorduras. Apesar das vantagens ambientais, econômicas e de performance, o biodiesel tende a cristalizar em temperaturas superiores ao diesel. A perda da fluidez, assim como outras propriedades, depende das características estruturais dos ésteres graxos, em particular, o comprimento e a presença de ligações duplas. Neste trabalho,  os pontos de fluidez e a ação de um depressor anticongelante comercial em biodieseis derivados de óleos de algodão, canola, girassol, milho e soja, banha suína e gorduras de coco e babaçu foram avaliados. Os biodieseis foram obtidos por transesterificação metílica alcalina na presença de gliceróxido de sódio empregando uma razão molar álcool/triglicerídeo de 12:1 e uma quantidade de catalisador de 2 % com relação à massa da fonte graxa. Os produtos foram caracterizados pelo teor de ésteres graxos (RMN-1H), massa específica a 20 oC (ASTM D1298), viscosidade cinemática a 40 oC (ASTM D445-06) e ponto de fluidez (D97). As massas específicas são pouco influenciadas pela composição do biodiesel ou a natureza da matéria prima. A viscosidade, por outro lado, é menor em biodieseis de cadeias mais curtas como os de gordura de coco ou babaçu e maior naqueles com alto teor de saturados, como o de banha suína. O ponto de fluidez, por sua vez, cresce linearmente com o teor de cadeias saturadas, excetuando-se aqueles derivados das gorduras de palmáceas. Novamente, apesar de majoritariamente saturados, as cadeias mais curtas cristalizam a temperaturas mais baixas. Por fim, o uso de um depressor de ponto de fluidez (DPP) comercial indicado para produtos petroquímicos foi avaliado nos biodieseis em uma concentração de 0,5 % em massa. Na concentração estudada, o DPP não causou efeito nos biodieseis de gorduras de coco ou babaçu. Nos demais, decréscimos de 3 a 18 oC foram observados.  Os efeitos foram mais pronunciados nos biodieseis em que as composições parecem menos complexas, isto é, altamente insaturado, como o de óleo de canola, ou majoritariamente saturado, como o de banha.


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