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PEDAGOGIAS CULTURAIS DE CONSTESTAÇÃO E EMPODERAMENTO DE MULHERES NEGRAS: UM ESTUDO SOBRE O CANAL AFROS E AFINS DO YOUTUBE
Evelyn Santos Pereira, Maria Angélica Zubaran

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


Esta pesquisa está situada no campo teórico dos Estudos Culturais em Educação e dialoga com as discussões de feministas negras, operando-se com os conceitos de cultura, identidade e diferença, representação, pedagogia cultural e interseccionalidade, em especial, a partir das abordagens teóricas de Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva, Patrícia Hill Collins e bell hooks. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa qualitativa e de uma análise cultural, com inspiração no campo da etnografia virtual, das narrativas digitais da youtuber Nátaly Néri, no seu canal Afros e Afins. A atuação de influenciadoras digitais negras vem se tornando uma importante ferramenta de afirmação de identidades de mulheres negras e de desconstrução e ressignificação de discursos e representações racializadas.  Deste modo, levando-se em conta a crescente centralidade das plataformas digitais para a construção das identidades culturais na atualidade e o seu papel como ferramenta de articulação e luta das mulheres negras, sobretudo, como instrumento de resistência e empoderamento de identidades femininas afro-brasileiras, os objetivos centrais da presente pesquisa são: investigar as representações mais recorrentes sobre si e sobre outras mulheres negras produzidas e disseminadas por Nátaly Neri, no YouTube; bem como mapear e discutir as pedagogias culturais produzidas por ela na contestação de representações racializadas e no empoderamento de mulheres negras; Os principais resultados apontaram que as narrativas da youtuber configuram-se enquanto parte dos novos ativismos contemporâneos e operam como pedagogias culturais de resistência e empoderamento para mulheres negras. Nesse sentido, Nátaly Neri ensina modos de ser e de se comportar para jovens que se identificam com as temáticas raciais, de gênero e de consumo, produzindo narrativas e representações de uma negritude sustentável, orgulhosa de sua raça, de sua estética e de seus sistemas culturais. Em suas narrativas ressaltam-se temas como consumo sustentável, autoamor, autocuidado, autoestima e estética negra, além de temas relacionados a “consciência racial”, isto é, ao processo de “tornar-se negra” no contexto de racialização brasileiro.


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