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USO DO RETALHO AXIAL DA ARTÉRIA TORACODORSAL APÓS A EXCISÃO EXTENSA DE UM TUMOR DE BAINHA DE NERVO (RELATO DE CASO)
Olinto Douglas Bialoso, Patrícia Helena Cesca, Virgíbia Bocorny Lunardi, Fernanda Gass de Oliveira Goulart

Última alteração: 08-11-2021

Resumo


As neoplasias estão muito presentes na rotina clínica cirúrgica dos centros veterinários, sendo o tumor de bainha de nervo periférico uma neoplasia que se desenvolve principalmente no tecido subcutâneo, mas pode expandir-se até a derme por ocorrência de transformações malignas nas células de Schwann. É caracterizada como massas cutâneas, lobuladas e circunscritas. Apresentamse com diâmetro de dois a cinco centímetros na maioria dos casos relatados. São tumores raros em cães com a incidência de 0,5 % a 2,41%. Por se tratar de um neoplasma mesenquimal a margem cirúrgica deve ser ampla. Em razão do caráter infiltrativo, com ampla margem cirúrgica, optando-se por amputação ou grandes cirurgias reconstrutivas. O objetivo desse trabalho é relatar o uso do retalho axial da artéria toracodorsal após a excisão extensa de um tumor de bainha de nervo. Foi atendido um canino fêmea, raça Boxer de 12 anos, com aumento de volume há dois anos na região do cotovelo do membro torácico esquerdo. No exame citopatológico sugeriu-se neoplasia de origem mesenquimal, recomendando a excisão com extensa margem cirúrgica. Foi realizado raio-x torácico e ultrassom abdominal completo, ambos não apresentaram alterações de origem metastáticas. Após a remoção foi utilizado o retalho axial da artéria toracodorsal. A massa excisada tinha 13 cm, o resultado do histopatológico foi de tumor de bainha de nervo bem diferenciado. A contagem mitótica foi de três, escore de necrose zero, grau de malignidade de 2/8. A paciente permaneceu internada por 4 dias, e após seguiu tratamento em casa, havendo uma pequena área deiscência na região de maior pressão, evidenciada na retirada de pontos. A alta se deu após a completa cicatrização e sem recidiva local até o presente momento. A evolução do retalho foi excelente, não sendo identificadas áreas de comprometimento vascular e possibilitando funcionalidade completa do membro torácico. A literatura relata que para cães com contagem mitótica até 9, observou-se sobrevida alta. Margens livres de células neoplásicas predizem tumores não redicivantes em mais de 95% dos casos. Aproximadamente 75 a 90% dos casos não recidivam, mesmo com células presentes próximas ou na margem cirúrgica. Tornando assim a excisão apenas do tumor com a margem cirúrgica adequada uma excelente escolha com o auxílio de técnicas reconstrutivas.

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