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AS PERSPECTIVAS DA FELICIDADE NA ERA DIGITAL: O CASO BRASILEIRO
HONOR de Almeida Neto

Última alteração: 08-11-2021

Resumo


Essa pesquisa investiga o impacto das mediações sociais no sentimento de felicidade e bem-estar subjetivo dos indivíduos. Há uma relação estreita entre as novas mediações e a instauração de uma cultura mais autônoma e, de bem-estar, que está na gênese da Sociedade em Rede, Era Digital. A base empírica deste artigo é a Sétima Onda da Pesquisa Mundial de Valores (WVS, 2017-2020), pesquisa quantitativa, tipo survey.  Nossa hipótese é a de que ocorre uma mudança qualitativa na cultura da sociedade em rede, que influencia a percepção sobre a própria felicidade. O acesso à internet e às redes sociais digitais geram felicidade, ao introduzirem uma cultura de liberdade e autonomia, em oposição a uma cultura de passividade e controle. A internet amplia duas áreas fundamentais para a felicidade: a sociabilidade e a autonomia/empoderamento. Há uma relação direta entre a ascensão da internet e a autonomia social, que empodera as pessoas, aumentando sua sensação de segurança, liberdade pessoal e influência. Os dados apontam que quanto maior a frequência das pessoas nas redes sociais, mais aumenta o sentimento de felicidade, sendo que aqueles que acessam diariamente apresentam os maiores índices de respostas definindo-se como “muito feliz” (29,5%) e “bem feliz” (61,3%). Ao passo que há relação entre um sentimento de infelicidade e o pouco acesso à rede. Quem acessa as redes sociais diariamente tem quase duas vezes mais chances de se sentirem mais livres e com controle sobre suas vidas do que aqueles que nunca acessam. Quanto mais constante é a presença no universo on-line, mais afirmada é a ciência em detrimento da religião. A felicidade está na renda alta, pois os maiores índices de respostas que se auto definem como “muito feliz” e “bem feliz” (90,3%) estão na “Renda Média”, e “muito feliz” e “bem feliz” (89,7%) estão na faixa de “Renda Alta”. Quanto maior a frequência nas redes, maior a importância conferida às amizades e maiores os índices de felicidade. Outro ponto é que a “felicidade” tem um índice médio de apreço à democracia de 9.0, e, no outro extremo, a “infelicidade” soma apenas 0.9 de média de apreço à democracia. Em síntese, pessoas mais democráticas são mais felizes. Também pessoas com religiosidade e fé são mais felizes do que aquelas não religiosas num primeiro momento. Esse é o caso de uma parcela significativa da população brasileira.


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