Portal de Eventos da ULBRA., XXIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Diagnóstico de Erliquiose canina através da detecção direta em lâmina e PCR Relato de caso
Renata dos Santos Flores, Mariana Almeida Oliveira, Laura Martins Cezimbra, Mariângela da Costa Allgayer

Última alteração: 01-11-2023

Resumo


A erliquiose é causada por bactérias pertencentes ao gênero Ehrlichia. A E. canis, causadora principal da doença em cães, é parasita obrigatória de células hematopoiéticas, principalmente do sistema fagocitário mononuclear. Sua transmissão se dá através do vetor Rhiphicefalus sanguineus. As principais alterações laboratoriais são anemia e trombocitopenia, podendo haver leucopenia ou leucocitose com monocitose, hipoalbuminemia e hiperglobulinemia. O diagnóstico pode ser realizado por detecção direta em esfregaço sanguíneo, tendo como vantagens o baixo custo e a praticidade, e desvantagem a baixa sensibilidade. O diagnóstico por PCR ou testes sorológicos é mais indicado, devido a maior sensibilidade, porém estes apresentam alto custo. Uma cadela jovem, SRD entrou em atendimento de emergência no hospital veterinário da ULBRA de Canoas-RS. A paciente encontrava-se em estado semi-comatoso, e a tutora conta que ela estava abandonada na rua em decúbito por 4 dias. Havia petéquias nos membros e tórax e mucosas estavam “porcelana”. Apresentou ainda, saturação baixa, dispneia e ruído na ausculta pulmonar. No Raio X foi constatada possível pneumonia. As principais alterações laboratoriais foram anemia (hematócrito 25,8%), leucocitose (28.700/mL) por neutrofilia (26.978/mL), trombocitopenia (<40.000/mL), hipoproteinemia (5,8 g/dL) e hipoalbuminemia (1,8 g/dL). Foram observados monócitos ativados e linfócitos reativos e a presença de mórulas compatíveis com Ehrlichia spp. O tratamento foi iniciado com doxiciclina 10 mg/kg SID, prednisona 1 mg/kg BID e dipirona 25 mg/kg TID. O sangue foi encaminhado para a realização de PCR, onde foi detectado DNA de E. canis. Devido a grave situação do paciente, foi optado pela eutanásia. Conclui-se que, apesar de não ser a forma definitiva de diagnóstico de hemoparasitoses, a pesquisa de parasitos em esfregaço sanguíneo pode ser útil nos casos em que não é possível realizar o diagnóstico sorológico/molecular, visto que, apesar de ter menor sensibilidade, é uma técnica rápida, simples e barata que deve ser incorporada ao hemograma quando necessário.

Palavras-chave: Anemia; Hemoparasitose; Esfregaço sanguíneo; Trombocitopenia.

 


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