Portal de Eventos da ULBRA., XXIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
Representações antirracistas: estudo da construção cultural das representações sociais objetificadas, sexistas e racializadas da mulher negra a partir da obra Kindred – Laços de Sangue, de Octavia Butler
Marcia Silva Rosa

Última alteração: 04-11-2023

Resumo


Vivemos em uma sociedade patriarcal, sexista, misógina, além de profundamente racista, por isso, a necessidade de pesquisar em que medida a mulher negra é objetificada e racializada, sobretudo a partir de interpretações que lhe impõem determinados papéis culturais, fixados a pretexto da cor de sua pele e de sua ancestralidade negra, como se isso definisse sua pretensa negatividade e seu desvalor. Diante disso, a obra de Octavia Butler não só pode ser usada como artefato cultural de natureza literária, mas, também, por seu explicito caráter educativo e antirracista. Porém, não só para relembrar dores e sofrimentos que o racismo impôs às mulheres negras, mas, principalmente como mecanismo de revalorização e (re)sensibilização do que a ancestralidade negra feminina nos legou culturalmente. E é exatamente nesse sentido, considerando as formas como o racismo e o sexismo atuam, conjuntamente, na contemporaneidade, que as representações antirracistas devem ser pensadas. Além disso, sem negar que Kindred é uma obra ficcional especulativa, o enredo de Butler é um exemplo literário mais do apropriado para explorar como, apesar da abolição da escravatura, os seus mecanismo ainda preservam força cultural para atuar como pano de fundo onde se desenvolvem relações intersubjetivas opressivas, sustentadas por preconceitos, discriminações e segregações, tentando impor representações identitárias que agridem, sobretudo, a feminilidade negra.

Texto completo: Resumo  |  Pôster