Portal de Eventos da ULBRA., XIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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Produção polínica e tipos de polinização existentes nas formações campestres do Bioma Pampa no Rio Grande do Sul.
Leticia Azambuja Lopes, André Ramos, Andreia Evaldt, Soraia Bauermann

Última alteração: 07-01-2014

Resumo


A produção polínica nas plantas depende de diversos fatores, como o tipo de ecossistema e condições ambientais que a planta se encontra, o tamanho e área do estigma, a duração da receptividade estigmática, tamanho do grão e número de ovários. A variação no numero de grãos de pólen produzidos por antera pode ocorrer entre indivíduos ou dentro de populações, portanto, para se entender o número de grãos de pólen produzido, é preciso entender o meio ecológico em que a planta evoluiu. Dentro deste contexto, os sistemas de polinização podem ser determinantes para esta variável: plantas anemófilas (polinização pelo vento), por exemplo, são conhecidas pela grande quantidade de grãos de pólen produzido, já em plantas que precisam de algum vetor animal para o transporte dos grãos de pólen há uma redução na produção polínica. Os recursos florais mais procurados pelos animais polinizadores são néctar e pólen, mas em algumas plantas somente um destes recursos é ofertado. As análises de produção polínica foram concentradas em duas áreas de estudo nos municípios de Barra do Quaraí e Itacurubi, RS. As plantas foram coletadas entre 2009 e 2010 e montadas exsicatas, as quais foram depositadas no Herbário do MCN/HERULBRA. A partir destas extraiu-se dez anteras em estado de pré-antese para a realização dos procedimentos da produção polínica, onde se obtém o resultado e grãos por antera (g/a). Foram realizadas contagens dos grãos de pólen em câmara de Neubauer estabelecendo quatro repetições para cada espécie. Foram identificadas e analisadas 64 espécies e oito plantas em nível de gênero, pertencentes a 33 famílias botânicas. O valor máximo foi 1.481.250 g/a (Passiflora caerulea L.) e o mínimo 250 g/a (Plantago brasiliensis Sims). As duas famílias dominantes, Asteraceae (12.50%) e Solanaceae (8.33%) tem a maioria das espécies polinizadas por insetos sendo Solanaceae a família com maior produção polínica (54.04%). Como em Solanaceae apenas o pólen é ofertado como recurso floral, pode-se inferir que a grande quantidade de pólen produzido está relacionada ao tipo de polinização (entomófila), o mesmo não ocorre em famílias com pólen predominantemente anemófilo, como Poaceae (0.44%), Plantaginaceae (0.26%) e Polygonaceae (0.03%) que tem baixa produção polínica. Pretende-se estender estes estudos e analisar melhor outros fatores para tentar estabelecer uma relação mais eficiente entre a produção polínica e as condições ecológicas em que as plantas encontram-se.

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