Portal de Eventos da ULBRA., XIV FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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O USO DE BALÃO INTRA-HEPÁTICO NO TRAUMA TRANSFIXANTE HEPÁTICO
Natália Fehlauer Cappellari, Carolina da Silva Mengue, Mônica Silva Braz, Mateus Silva Sobreira, Diego Seidl

Última alteração: 22-10-2014

Resumo


INTRODUÇÃO: Devido a sua localização e extensão, o abdome torna-se frequentemente alvo de traumatismos fechados e penetrantes, podendo ocasionar lesão hepática1. O tratamento das lesões transfixantes hepáticas costuma ser de difícil manejo cirúrgico e com alto índice de morbimortalidade2. Assim, o tamponamento temporário da lesão com balão é uma ação terapêutica simples e efetiva no controle da hemostasia.OBJETIVOS: Descrever o caso de um paciente com lesão transfixante hepática e a conduta, pouco relatada na literatura, com a colocação de balão intra-hepático. MATERIAL E MÉTODOS: Paciente masculino, 31 anos, vítima de ferimento de arma de fogo. Revisão de literatura realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e EBSCOhost. RESULTADOS: Paciente vítima de ferimentos por arma de fogo, estável hemodinamicamente, apresentando dois orifícios de entrada de projétil em transição tóraco-abdominal lateral direita, sem orifícios de saída. Tomografia Computadorizada (TC) abdominal revelou líquido livre na cavidade abdominal e extensa hipodensidade do lobo direito ao lobo esquerdo do fígado (laceração). Realizada drenagem torácica direita e laparotomia exploradora identificando cerca de 500 ml de sangue na cavidade abdominal e lesão hepática transfixante no sentido direita-esquerda. Confeccionado balão intra-hepático transpassando sonda nasogástrica através do trajeto da lesão e acoplando em torno dasua ponta um dreno de Penrose fechado na extremidade. Posicionado balão através do recuo da sonda e injeção de soro fisológico no mesmo, com boa hemostasia. Balão esvaziado após 72 horas sem sinais de sangramento e retirado após mais 24 horas, sem complicações. CONCLUSÕES: A utilização de balão-intrahepático nas lesões complexas apresenta vantagens, como a possibilidade de hemostasia de lesões transfixantes muitas vezes inatingível por outros métodos (inclusive evitando ressecções ou hepatotomias extensas), a rapidez e facilidade de sua aplicação e a possibilidade de desinsuflação e retirada do balão sem necessidade de reoperação2. Portanto, o tamponamento por balão é uma opção terapêutica de grande valia no manejo do trauma hepático penetrante.