Portal de Eventos da ULBRA., XIX FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (CANOAS)

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AUTORES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: O PERFIL DOS AGRESSORES
Dóris Cristina Gedrat, Eliane F Silveira, Angela Pereira Silva, Gehysa Guimarães Alves

Última alteração: 11-09-2019

Resumo


Compreendendo a violência doméstica como problema de saúde pública, objetivou-se tipificar e descrever o perfil de um grupo de agressores, além de relacionar os fatores associados à violência e alguns indicadores sociodemográficos. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva e descritiva. Os dados foram fornecidos pelo Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência (NAVIV), da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS. Foram analisados todos os registros dos agressores atendidos pelo setor durante o ano de 2017. Os resultados foram expressos em frequências e percentuais simples, seguidos de análise descritiva. Quanto aos aspectos éticos, não houve discriminação na seleção dos prontuários dos indivíduos, nome ou identidade, nem exposição a riscos desnecessários. Este estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Luterana do Brasil – Canoas, RS, com o Parecer de número 3.087.687, conforme as Diretrizes e Normas Reguladoras de Pesquisa envolvendo Seres Humanos, estabelecido pela resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Constatou-se que os homens apresentam entre 18 e 68 anos e 30% deles estão na faixa etária 32 a 38 anos. Em relação à etnia, 95% se autodeclaram brancos. Em relação ao grau de instrução, 10% são analfabetos, 35% têm Ensino Fundamental Completo, 20% Ensino Fundamental Incompleto, 15% Ensino Médio Completo, 5% Ensino Médio Incompleto e 10% Ensino Superior Incompleto, corroborando os dados de Madureira et al. (2014)[1]. Neste estudo, 80% não utilizam nenhuma substância psicoativa. 45% têm trabalho formal, 20% são autônomos, 10% trabalham informalmente e 10% são aposentados. 80% têm casa própria e 85% residem em Canoas. Esta realidade sugere que haja uma estratégia de prevenção como medida urgente para o enfrentamento do problema. Iniciativas para reduzir a violência do parceiro requerem compromisso e visão pela comunidade, governos locais e sociedade civil e, principalmente, a identificação da ocorrência de VPI pelos profissionais da saúde. Portanto, é de suma importância que a próxima frente de trabalho seja a compreensão sobre como os agressores desenvolvem os comportamentos agressivos em seus lares,  como os manifestam e para que os utilizam e, mais importante, o porquê de alguns sujeitos recorrerem a este tipo de comportamento, enquanto outros escolhem vias comportamentais mais adaptativas. Notoriamente, no contexto da violência doméstica, a compreensão do comportamento do agressor e das variáveis que poderão, de alguma forma, ajudar a antecipar e prevenir este tipo de comportamento, bem como a sinalização de fatores de risco constituem recursos importantes para os esforços de intervenção e prevenção.

 

 


[1] MADUREIRA, Alexandra Bittencourt et al. Perfil de homens autores de violência contra mulheres detidos em flagrante: contribuições para o enfrentamento. Esc Anna Nery, Curitiba, v. 18, n. 4, p. 600-606, 2014.

 


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