Portal de Eventos da ULBRA., XIX FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (CANOAS)

Tamanho da fonte: 
ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS NO GENE DO FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR COM A RETINOPATIA DIABÉTICA
Renan Cesar Sbruzzi, Daisy Crispim Moreira, Kátia Gonçalves dos Santos

Última alteração: 10-09-2019

Resumo


A retinopatia diabética (RD) é uma complicação neurovascular crônica, multifatorial, que acomete cerca de 50% dos pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Essa complicação é caracterizada por inflamação, isquemia, hipóxia e angiogênese, resultando em aneurismas, exsudatos, hemorragia, fibrose e neovascularização. O fator de crescimento endotelial vascular A (VEGFA) é uma glicoproteína com atividade vasculogênica, angiogênica e indutora da permeabilidade vascular. Seus níveis vítreos e séricos estão aumentados nos pacientes com RD, principalmente naqueles com a forma proliferativa desta complicação. Diversos estudos mostraram que polimorfismos genéticos no gene do VEGFA estão associados com os níveis desta proteína e com a RD. Assim, o objetivo deste estudo de caso-controle é avaliar a associação de cinco polimorfismos no gene do VEGFA com a presença e gravidade da RD em pacientes com DM2, provenientes de um hospital universitário de Porto Alegre, RS. Os polimorfismos estudados foram os seguintes: rs699947 (-2578C>A), inserção/deleção de 18 pb (-2549), rs2010963 (-634G>C ou +405G>C), rs833061 (-460C>T) e rs3025039 (+936C>T). No total foram incluídos 367 pacientes sem RD e 540 pacientes com RD (323 com RD não proliferativa e 217 com RD proliferativa). Também foram incluídos 92 doadores de sangue para determinar a frequência destes polimorfismos na população em geral. O DNA foi extraído por uma técnica de salting out e a genotipagem dos polimorfismos foi realizada por PCR convencional seguida por eletroforese em gel de agarose (para o polimorfismo de inserção/deleção) ou por PCR em tempo real (para os demais polimorfismos). Os dados foram analisados nos programas estatísticos SPSS e WinPEPI. De maneira geral, os alelos de menor frequência nos doadores de sangue apresentaram a mesma prevalência identificada nos estudos internacionais realizados em diversas populações de diferentes origens étnicas, como o TopMed e o GnomAD (-2578A = 0,45, -634C = 0,32, -460C = 0,48 e +936T = 0,15). As frequências genotípicas observadas nos doadores de sangue e nos pacientes com DM2 estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg para todos os polimorfismos. Tanto as frequências alélicas como as frequências genotípicas observadas nos doadores de sangue não foram diferentes daquelas observadas nos pacientes com DM2 (p > 0,05 para todas as comparações). Da mesma forma, a comparação das frequências gênicas e genotípicas entre os pacientes com e sem RD não mostrou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p > 0,05 para todas as comparações). Portanto, os resultados obtidos até o momento não corroboram a hipótese de que os polimorfismos -2578C>A, -2549 inserção/deleção, -634G>C, -460C>T e +936C>T no gene do VEGFA estejam associados com a ocorrência ou com a gravidade da RD em pacientes com DM2 de uma população do Sul do Brasil.


Texto completo: POSTER