Portal de Eventos da ULBRA., XV FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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O GRUPO PSICOTERAPÊUTICO NA ATENÇÃO BÁSICA: DESAFIOS DE UMA FORMAÇÃO CENTRADA NO ATENDIMENTO INDIVIDUAL
Vanessa Rauter Oliveira, Luiz Felipe Bastos Duarte

Última alteração: 05-10-2015

Resumo


As práticas grupais constituem importante recurso no cuidado aos usuários da Atenção Básica. É possível identificar diversas modalidades de grupos, tais como: grupos abertos de acolhimento, grupos temáticos relacionados a determinadas patologias (hipertensão, obesidade, diabetes), oficinas temáticas (geração de renda, artesanato), grupos de medicação, grupos terapêuticos etc (BRASIL, 2014). Tendo em vista a crescente demanda em saúde mental na atenção básica, e atendendo as diretrizes do Ministério da Saúde e utilizando-se das ferramentas de trabalho do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), pensou-se na realização dos grupos psicoterapêuticos, que propiciam socialização, integração, apoio psíquico, trocas de experiências e de saberes.O presente relato descreve a realização de grupos psicoterapêuticos quinzenais com crianças, adolescentes e adultos realizados nas instalações da Unidade Básica de Saúde (UBS) União em Canoas/RS, no período de abril a agosto de 2015, facilitados por uma Psicóloga residente do primeiro ano de saúde comunitária. Dentre os resultados relevantes da prática realizada destaca-se: a baixa adesão dos usuários encaminhados aos grupos, o número de faltas aos encontros; a desorganização cognitiva e emocional dos usuários que suspendem o uso de medicações psiquiátricas previamente prescritas e a significação do grupo como substitutivo de relações familiares perdidas e/ou fragmentadas. O modelo biomédico que tradicionalmente embasa a formação dos profissionais de saúde, e não apenas dos médicos, exige uma postura ativa onde eles se coloquem como aqueles que têm as soluções e as respostas, que orientam e resolvem, deixando o usuário em uma posição passiva, compatível com sua denominação de “paciente” (BRASIL, 2014). Acredita-se que a baixa adesão dos usuários se deve a cultura do atendimento individual, bem como a recente implantação de grupos na unidade, sendo que a maioria dos usuários desconhece os grupos. Outro fator que contribui negativamente no funcionamento do grupos, é o abandono ao tratamento medicamentoso uma vez que os pacientes quando abandonam se desorganizando e se ausentando dos grupos. Como fator positivo, observamos os grupos como uma importante rede de apoio, ampliando as relações interpessoais e fortalecendo os sujeitos. Os grupos tem uma proposta de educação em saúde, de empoderamento, desenvolvimento da autonomia, participação e corresponsabilização destes usuários no cuidado com a saúde. Diante deste cenário, criam-se desafios não somente para os psicólogos, mas para os demais profissionais envolvidos neste cuidado integral do paciente, destacando-se: a implementação de uma cultura de atendimento em grupo; a capacitação dos profissionais que estão à frente da facilitação dos grupos e a divulgação dos grupos existentes na UBS.

 


Palavras-chave


Grupos Psicoterapêuticos. Atendimento em grupo. NASF

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