Infecções hospitalares ou nosocomiais são infecções adqui­ridas após a hospitalização do paciente, se manifestam durante a internação ou mesmo após a alta, e estão rela­cionadas com a internação ou procedimentos hospitala­res realizados e causadas por bactérias ou outros organismos infecciosos. As bactérias associadas a estas infecções são frequentemente resistentes aos antimicrobianos usa­dos rotineiramente. Diante da importância de conhecer agentes presentes e manter o ambiente hospitalar veterinário livre de agentes patogênicos, o objetivo deste trabalho é alertar aos Médicos Veterinários quanto a presença de bactérias no setor de UTI do Hospital Veterinário da ULBRA (HV-ULBRA). Os dados obtidos foram oriundos do controle ambiental realizado no HV-ULBRA em maio de 2016, referente ao setor de UTI.  As coletas foram realizadas na mesa e pia do setor com Swab estéril umidecido e armazenado após coleta em água peptonada 0,1%, no Laboratório de Microbiologia Veterinária foram inoculados em meio de cultivo Ágar Sangue e Ágar MacConkey, 100 µl da água peptona que armazenava o Swab e as placas de cultura foram dispostas em estufa a 37°C por 24h, seguido de Coloração de Gram e testes bioquímicos para identificação. Não houve crescimento bacteriano nas placas de cultura referentes a mesa do setor de UTI, já na pia; houve crescimento de 24 colônias, sendo 4 delas classificadas como Bacillus sp, 5 colônias classificadas como Candida krusei, 13 colônias como Staphylococcus sp e 1 colônia classificada como Enterococcus sp. Decorrente a outros estudos no HV-ULBRA, onde verificou-se a presença de resistência de Enterococcus sp  ao antibiótico Imipenem, com prevalência de 50%, viu-se a necessidade de alertar a equipe médica envolvida sobre a presença deste microrganismo, ressaltando sua importância quanto ao setor envolvido. A tolerância dos Enterococcus a condições pouco favoráveis permite-lhes sobreviver por longos períodos em ambiente hospitalar, os funcionários dos hospitais assim como os instrumentos por eles usados, são geralmente responsáveis pela transmissão de infecções entre os pacientes internados. Estas características contribuem para um risco crescente de infecções associadas aos cuidados de saúde provocadas por Enterococcus, tornando-se vital ter cuidados acrescidos com a higiene e desinfecção deste tipo de ambientes. Os Enterococcus podem atuar como reservatórios de genes que conferem resistência a antibióticos, explicando a rápida disseminação da resistência entre estas bactérias. Este trabalho, além de evidenciar a presença do Enterococcus sp no setor de UTI, traz como desafio o estudo de condutas clínicas e terapêuticas com pacientes acometidos por bactérias que podem desenvolver resistência de antibióticos, além de reforçar a importancia do controle a infecção hospitalar e principalmente informar a presença de patógenos expressivos.