Portal de Eventos da ULBRA., XVI FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Ozonioterapia no tratamento de ferida em cão - relato de casos
Beatriz Guilhembernard Kosachenco, Bárbara Appel Pereira, Camila Calliari

Última alteração: 30-08-2016

Resumo


OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDA EM CÃO – relato de casos

Pereira, BA, Caliari, C, Kosachenco, BG*

 

A ozonioterapia atua por via sistêmica através da produção de um pequeno e controlado estresse oxidativo, induzindo no organismo diversas respostas terapêuticas (MARTINEZ-SANCHEZ et al., 2005). O gás ozônio (O3) é formado por três átomos de oxigênio, através de um gerador de ozônio (MATTOS et al., 2012). Forma radicais oxidantes na presença de água, causando lise celular dependente da extensão das reações, agindo sobre bactérias, fungos, protozoários e vírus (VELANO et al., 2001), sendo usado em lesões infectadas (RODRIGUEZ et al., 1994). O óleo ozonizado é rico em ozonídeos que liberam oxigênio ativo lentamente conferindo um efeito prolongado (CRUZ, 2006). O ozônio venoso ou retal aumenta a perfusão tecidual, a oxigenação e o metabolismo, mas não aumenta a produção de citocinas pró-inflamatórias (BOCCI, 2005). Tem resultados excepcionais no tratamento de feridas persistentes e contaminadas acelerando a cicatrização, com baixo custo e simplicidade de aplicação, obtendo êxito no tratamento contra bactérias multirresistentes (MATTOS et al., 2012). Os óleos ozonizados ativam a microcirculação local, aceleram o metabolismo do O2 celular, estimulam os sistemas enzimáticos de defesa antioxidantes, estimulam a granulação e epitelização (BOCCI, 2005). Neste trabalho relata-se o uso da ozonioterapia sistêmica e tópica no tratamento de feridas extensas em dois cães politraumatizados atendidos no HV-Ulbra/Canoas. Cadela, teckel, 12 anos, com ferida infectada purulenta, de aproximadamente 20 cm x 10 cm x 2,5 cm em flanco E, com extensa necrose, causada pela deiscência de herniorrafia realizada há 7 dias em outra clínica. O outro, um cão macho, SRD, de 3 anos atropelado há 4 horas, com ferida extensa com grande perda tecidual, fraturas e exposição e perda óssea em tarso, metatarsos e dígitos direitos. Ambos apresentavam mucosas hipocoradas, prostração, dor intensa e leucocitose. O tratamento consistiu de RL IV, amoxicilina com clavulanato de K, tramadol, meloxican, dipirona e complexo vitamínico. Após debridamento com remoção dos tecidos desvitalizados, as feridas foram limpas com NaCl sendo aplicado óleo de girassol ozonizado 2x/dia, mantendo-as fechadas. A cada três dias aplicou-se nas feridas a mistura de O2-O3 (40 µg/ml) por meio de bagging durante 20’, e fez-se terapia sistêmica de O3 por IR com 2 mL/kg a 18 µg/ml. Em 7 dias a granulação tecidual era evidente com início de contração dos bordos. Após 15 dias, na teckel, a aplicação do óleo passou a ser feita 1x/dia e o bagging 1x/semana, e no macho, após 30 dias. Semanalmente observou-se uma redução significativa na extensão e profundidade da ferida e em 60 dias as feridas encontravam-se totalmente cicatrizadas. Concluiu-se que a ozonioterapia tópica e sistêmica foi efetiva e de baixo custo, com excelente cicatrização tecidual e recuperação dos pacientes.

 


Palavras-chave


ozonioterapia, ferida, ozônio, cão

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