Portal de Eventos da ULBRA., XVI FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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PROPOSTA DE FORMULAÇÃO TERAPÊUTICA PARA MUCOSITE ORAL INDUZIDA POR RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA
Fabiana Dalmina, Alessandra Hubner de Souza, Eliane Sempé Obach

Última alteração: 01-09-2016

Resumo


A mucosite oral representa a alteração bucal mais comum nos pacientes que se submetem à radioterapia (RT) e quimioterapia (QT) para tratamento de câncer na região de cabeça e pescoço. Esta grave consequência leva a modificações no protocolo do tratamento antineoplásico, prejudica o estado nutricional, diminui a qualidade de vida do paciente e representa um fator de risco para infecções sistêmicas. Assim, o controle da flora microbiana bucal é um dos fatores de maior relevância. Illicium verum é popularmente conhecido como anis estrelado chinês, esta planta produz óleos essenciais, dos quais destacam-se como constituintes os terpenos: ácido palmítico, trans-anetol, anisaldeído, estragol, limoneno e pineno, sendo e o anetol, o constituinte majoritário. O objetivo deste trabalho foi desenvolver dispositivos orais, na forma de hidrogéis, com potencial de uso para tratamento da mucosite oral grau 1 e 2, induzida por quimioterapia e radioterapia. Formulações farmacêuticas para uso bucal foram avaliadas in vitro quanto a atividade antimicrobiana e antifúngica. Três produtos foram desenvolvidos contendo associações entre o óleo essencial de Illicium verum, quitosana, glicerina e bicarbonato de sódio. A formulação F1 foi composta por hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), hidroxietilcelulose (HEC), glicerina e acetato de tocoferila. A formulação (F2) foi constituída por esta base acrescida de quitosana e bicarbonato de sódio e F3 conteve os componentes da F2 acrescida do óleo de anis estrelado. A atividade antimicrobiana e antifúngica dos hidrogéis foi avaliada pelo método de difusão em meio ágar pela técnica de poços, utilizando as bactérias Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans, Proteus mirabilis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e o fungo Candida albicans. Os resultados demonstraram que todas as formulações testadas foram estatisticamente efetivas na inibição do crescimento microbiológico frente a todos os micro-organismos testados. Entretanto, F1 apresentou resultados pouco relevantes frente à P. aeruginosa, K. pneumoniae e C. albicans. F2 não apresentou eficácia na prevenção da proliferação microbiana de P. aeruginosa e, especialmente, C. albicans. Desta forma, F3 foi considerada a formulação mais indicada para a continuidade dos estudos, com a maior média de halo de inibição e menor variância quando comparada a F1. Nesta perspectiva, outros testes são necessários para que a formulação possa ser indicada no controle da mucosite oral, como a avaliação em animais da atividade anti-inflamatória, antioxidante, hidratante da mucosa e cicatrizante. Considerando a segurança dos insumos empregados, testes em humanos precisam ser posteriormente conduzidos para avaliação da sua eficácia frente ao quadro clínico pré-estabelecido.

Palavras-chave


Mucosite oral; óleo de anis estrelado; Illicium verum; anetol, antimicrobiano.

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