Portal de Eventos da ULBRA., XVI FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE ESPOROTRICOSE FELINA: relato de caso
Beatriz Guilhembernard Kosachenco, Camila Calliari, Bárbara Appel Pereira

Última alteração: 01-09-2016

Resumo


A esporotricose felina é uma enfermidade piogranulomatosa subaguda ou crônica, causada pelo fungo Sporothrix schenckii. A infecção ocorre por contato direto com animais infectados e por introdução cutânea ou subcutânea do fungo por ferimentos. Tem grande potencial zoonótico (HENNEMANN et al., 2003). O ozônio é um gás dotado de ações biológicas e propriedades terapêuticas (GARCIA et al., 2010), com biocompatibilidade e ação antimicrobiana (FERREIRA et al., 2013). O efeito oxidativo terapêutico do ozônio desencadeia reações bioquímicas, ativando o sistema antioxidante do organismo (LÓPEZ e GOYOAGA, 2013), reequilibrando-o. As espécies reativas de oxigênio (EROs) e os produtos da oxidação lipídica (POLs) propiciam os efeitos terapêuticos e biológicos do O3 (MENÉNDEZ et al., 2008). A ozonioterapia sistêmica aumenta a elasticidade das hemácias, melhora a capacidade de penetração na microcirculação, aumenta a liberação de oxigênio aos tecidos, ativa os neutrófilos, e libera de fatores de crescimento por ativação das plaquetas (LÓPEZ e GOYOAGA, 2013), estimulando a granulação e epitelização (BARREIRA, 2014). Topicamente, o ozônio é relevante no tratamento de infecções fúngicas cutâneas crônicas e resistentes (SUNNEN, 2005; BOCCI, 2007). Com esta terapia diminui o tempo de hospitalização dos pacientes, com redução de custos em torno de 25% quando comparado com o uso de antibióticos (MARTÍNEZ-SÁNCHEZ et al., 2005). O objetivo deste trabalho foi relatar o uso da ozonioterapia como tratamento coadjuvante na esporotricose crônica felina. No HV-ULBRA/Canoas atendeu-se um felino, SRD, macho castrado, de um ano e meio de idade, 5,5 kg peso, com lesões ulcerativas por esporotricose crônica em MPE distal, adquirida por convivência com dois gatos com citologia positiva para Sporothrix schenckii e que foram eutanasiados. Já estava em tratamento há seis meses com itraconazol 10 mg/kg SID. A ozonioterapia foi introduzida como tratamento coadjuvante, sistemicamente e por bagging, em sete aplicações em dias alternados. Utilizou-se 2 ml/kg a 13 µg/ml da mistura O2-O3 por insuflação retal em 3 aplicações, e 18 µg/ml nas demais. Topicamente, aplicou-se O2-O3 através do bagging, 60 µg/ml com fluxo ativo por 20’ e residual por 10’. Diariamente as lesões eram limpas com NaCl, e fez-se uso tópico de óleo de girassol ozonizado, 2x/dia. Houve progressiva redução da circunferência e profundidade das lesões, com granulação tecidual e epitelização. Aos 45 dias de tratamento observou-se total cicatrização tecidual, cessando-se o tratamento com o óleo. Indicou-se o itraconazol 10 mg/kg SID por mais 30 dias. Concluiu-se que a terapia coadjuvante com ozônio contribuiu para a cura clínica da esporotricose crônica.


Palavras-chave


esporotricose, fungo, felino, zoonose, ozonioterapia

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