Portal de Eventos da ULBRA., XVII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Desigualdades na utilização de serviços odontológicos na infância: estudo de coorte ao nascimento
Eliane Gerson Feldens, Vanessa Simas Braga, Mixxiani Justo Fortuna, Carlos Alberto Feldens

Última alteração: 17-09-2017

Resumo


Introdução: A consulta ao dentista no primeiro ano de vida tem papel fundamental na manutenção da saúde bucal na infância, pois representa a oportunidade ideal para orientações de prevenção de agravos altamente prevalentes e que impactam a qualidade de vida na fase pré-escolar, como cárie dentária, traumatismos dentários e maloclusão. Além disso, o diagnóstico precoce e pronto atendimento destes agravos é fundamental para a redução de danos, menos intervenções invasivas e menores custos. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi estimar a incidência de uso de serviços odontológicos na infância e identificar fatores de risco contextuais, socioeconômicos e clínicos para a não utilização de serviços. Metodologia: Estudo de coorte prospectivo acompanhou 435 pares mãe-filho do nascimento aos três anos de idade em Porto Alegre/RS. Dados contextuais (tipo de unidade básica de saúde (UBS), tipo de equipe de saúde bucal e número de dentistas no serviço) e socioeconômicos (escolaridade materna, estrutura familiar, número de pessoas na casa, renda per capita e classe social) foram coletados ao nascimento e exame odontológico (cárie dentária e traumatismos alvéolo dentários) foi realizado aos 3 anos por dois examinadores calibrados. Regressão de Poisson com variância robusta foi usada para investigar os fatores de risco da não utilização de serviços odontológicos. Resultados: A incidência de uso de serviços odontológicos nos primeiros três anos de vida foi de 26,4% (Intervalo de Confiança (IC95%) 22,3–30,8) sendo significativamente menor em crianças que não estão na área de abrangência de Estratégia Saúde da Família (ESF) (p=0,014), cujas mães têm menor escolaridade (p<0,001) e cujas famílias são de classe social mais baixa (p=0,001), não havendo relação com fatores clínicos. A análise multivariável mostrou que o uso de serviços odontológicos foi 50% maior (Risco Relativo (RR) 1,50; IC95% 1,10-2,07) em famílias da área de abrangência de UBS com ESF, 53% menor (RR: 0,47; IC95% 0,28-0,77) em crianças de mães de baixa escolaridade (< 8 anos) e 48% menor (RR: 0,52; IC95%: 0,29-0,94) em crianças de menor classe social (≤D). Conclusão final: Há desigualdades no uso de serviços odontológicos por pré-escolares e o tipo de UBS e fatores socioeconômicos são fatores de risco para a não utilização de serviços, indicando a necessidade de políticas públicas para ampliar o acesso odontológico e reduzir iniquidades.


Palavras-chave


Pré-escolares, Serviços de saúde bucal, Fatores socioeconômicos

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