Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS HIDROLÍTICOS EM FIBRAS DA INDÚSTRIATÊXTIL
Karine Silva, Denise Maria Lenz

Última alteração: 24-08-2018

Resumo


A indústria têxtil é um dos setores mais importantes para o desenvolvimento econômico em diversos países. No entanto, muitos dos corantes sintéticos acabam descarregados em grandes quantidades nas águas residuais, tornando-as altamente tóxicas, impactando severamente a vida aquática. As fibras do poliéster poli (tereftalato de etileno) (PET) são das mais versáteis fibras químicas utilizadas na indústria têxtil e a hidrólise alcalina da fibra de PET é utilizada para proporcionar hidrofilicidade com consequente melhora na interação com o corante na etapa do tingimento. No entanto, os produtos químicos descartados nas águas residuais causam danos pesados às estações de tratamento de efluentes e para o meio ambiente em geral. Como alternativa, estuda-se a modificação superficial de tecidos sintéticos através de enzimas. O tratamento enzimático apresenta como vantagens condições brandas de pH e temperatura para a reação entre a fibra e a enzima, fácil controle de processo e menor impacto ao meio ambiente Este trabalho teve como objetivo estudar o potencial da hidrólise enzimática no tratamento de fibras sintéticas de poliéster, a partir de enzimas lipolíticas do tipo lipase nas concentrações de 1,0, 0,5 e 2 g.L-1, visando assim reduzir ou eliminar o uso de produtos contendo nonilfenol e soda cáustica. As propriedades da fibra de poliéster foram avaliadas comparativamente em função do tratamento alcalino, tendo sido avaliadas sua resistência à tração na ruptura, teor de óleo de ensimagem removido, perda de massa após tratamento, refletância da fibra tingida, solidez à lavagem doméstica e solidez da cor à fricção da fibra tingida e quantidade de sítios de ácidos carboxílicos. Observou-se que houve um aumento da resistência à tração para as concentrações de 0,5 e 1,0 g.L-1 de enzimas em relação ao tratamento alcalino. Com 2,0 g.L-1 observa-se um decréscimo da resistência de tração, evidenciando-se um excesso de enzimas e o início da degradação do poliéster. Desta forma, a concentração de 1,0 g.L-1 destaca-se positivamente pelo equilíbrio de propriedades tintoriais, mecânicas e morfológicas das fibras do poliéster com o aumento da resistência mecânica à tração de 16% no sentido da trama e 4% no sentido do urdume em relação ao tratamento alcalino e perda de massa em torno de 60% inferior. Os resultados demonstraram a capacidade da enzima lipase em hidrolisar a superfície da fibra de poliéster, de remover o óleo de ensimagem e de diminuir a quantidade de corante utilizado na etapa seguinte de tingimento, apresentando um acréscimo no rendimento de cor de 16%.


Palavras-chave


tratamentos hidrolíticos, fibras têxteis, poliéster.

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