Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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RESILIÊNCIA URBANA: PROJETO NOSSA HISTÓRIA
Claudio Schubert, André Guirland Vieira, Dóris Gedrat, Gehysa Guimarães Alves

Última alteração: 28-08-2018

Resumo


Vieira AG, Schubert C*, Gedrat DC, Alves GG

Introdução. A adolescência é o momento no qual convergem as habilidades cognitivas construídas ao longo da infância para construir uma narrativa autobiográfica coerente e as exigências socioculturais para um posicionamento dentro da sociedade, o que culmina na necessidade de construção de uma identidade socioculturalmente situada. Essa identidade organiza-se na forma de uma narrativa. Tal narrativa tem a função de construir um mínimo de unidade e de propósito à vida e ao mundo. Essas histórias situadas não apenas constroem e mantém, mas são a própria identidade de seu autor. Narrativas de vida coerentes são associadas tanto ao bem estar psicológico, como à identidade resiliente. Resiliência é definida como um processo que resulta em uma adaptação positiva em relação a um contexto de grande adversidade. O presente projeto insere-se no campo das narrativas psicológicas, que prevê a reorganização significativa da própria história como elemento fundamental na construção da resiliência e, portanto, como fator de proteção em relação a situações de risco psicossocial. Objetivos. Este projeto tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia de intervenção junto a grupos de jovens em situação de vulnerabilidade psicossocial. Nossa intervenção visa instrumentalizar esses jovens para que possam lidar de forma mais positiva com os traumas sofridos e as experiências negativas vivenciadas. Metodologia. A presente pesquisa organiza-se no campo da pesquisa-ação, adotando o modelo de grupo focal de intervenção. Foram selecionados dez jovens entre quatorze e dezoito anos em situação de vulnerabilidade psicossocial. Após a assinatura dos termos de consentimento livre e esclarecido pelos jovens e suas famílias, foi pedido que construíssem histórias fictícias que retratassem o dia a dia de um jovem no quilombo. Foram coletadas nove narrativas cujos temas se centraram em questões de discriminação racial, tráfico de drogas e sexualidade. As histórias foram filmadas e produzidas pelos próprios jovens, utilizando seus celulares. Os dados estão sendo analisados segundo o modelo da Matriz Narrativa a fim de observar a construção de resiliência pelo grupo e a percepção da eficácia da metodologia utilizada em relação ao empoderamento para lidar com as situações descritas por eles como problemáticas. Resultados e Conclusões parciais. A pesquisa encontra-se em fase de conclusão de análise de dados. Os dados foram analisados segundo o modelo da Matriz Narrativa a fim de observar a construção de resiliência pelo grupo e a percepção da eficácia da metodologia utilizada em relação ao empoderamento para lidar com as situações descritas por eles como problemáticas. Verificou-se um enriquecimento do potencial narrativo e comunicativo dos jovens ao longo do processo de intervenção. O jovens perceberam-se mais capazes para lidar com o preconceito racial imposto pela sociedade, tema focal das histórias construídas por eles.

Descritores: Narrativas de vida, adolescentes, comunidades vulneráveis, comunidades quilombolas.


Palavras-chave


Narrativas de vida, adolescentes, comunidades vulneráveis, comunidades quilombolas.

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