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FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DE CÁRIE EM DENTES PERMANENTES AOS 6 ANOS DE IDADE: ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO
Carlos Alberto Feldens, Igor Fonseca dos Santos, Vitor Bitencourt Froes, Renata Rocha Maciel

Última alteração: 24-08-2018

Resumo


Introdução

O primeiro molar permanente desempenha papel fundamental na função mastigatória e no equilíbrio da oclusão. Entretanto, representa o dente permanente mais atingido por cárie e perda dentária em crianças e adolescentes. Estratégias de prevenção destes desfechos pressupõem o reconhecimento de fatores de risco identificados em estudos longitudinais.

Objetivos

O objetivo do estudo foi investigar prospectivamente fatores de risco maternos e familiares durante a gestação e características clínicas da criança aos três anos de idade para a ocorrência de cárie em primeiros molares permanentes (1MP) aos 6 anos de idade.

Metodologia

Estudo de coorte compreendeu crianças captadas ao nascimento em Porto Alegre/RS, cujas mães compareceram a Unidades Básicas de Saúde durante a gestação, quando foram coletadas variáveis de base demográficas e socioeconômicas. Exame clínico foi realizado aos 3 anos (placa visível, defeitos de desenvolvimento do esmalte e cárie dentária) e aos 6 anos de idade. Foram analisadas neste estudo crianças com pelo menos um 1MP permanente erupcionado aos 6 anos (n=234). Análise estatística compreendeu regressão de Poisson com variância robusta.

Resultados parciais.

Aos 6 anos, 8,5% das crianças apresentavam lesão de cárie em dentes permanentes, todas em 1MP. A ocorrência de cárie em 1MP foi significativamente maior quando a escolaridade materna era menor ou igual a 8 anos (p=0,005), quando o pai estava desempregado no início da coorte (p=0,013) e quando a criança apresentava cárie aos três anos de idade (p=0,001). No modelo bruto, o risco de cárie em 1MP foi 3 vezes maior quando a mãe tinha menor escolaridade (RR 3,10; IC 95% 1,36-7,08),  3,5 vezes maior quando o pai estava desempregado na base da coorte (RR 3,53; IC 95% 1,30-9,55) e 4,6 vezes maior quando a criança apresentava lesão de cárie aos 3 anos de idade (RR 4,63; IC 95% 1,74-12,30). Outras variáveis sociodemográficas durante a gestação, placa visível e DDE aos 3 anos não estiveram associados ao desfecho.

Conclusões parciais

Menor escolaridade materna, desemprego paterno e ocorrência de cárie na dentição decídua estiveram fortemente associados à presença de cárie em 1MP de crianças de 6 anos de idade. Se confirmados na análise multivariável, estas variáveis se constituem --em fatores de risco que devem ser priorizados na elaboração de estratégias preventivas para redução de cárie na dentição permanente e suas consequências em crianças e adolescentes.


Palavras-chave


cárie dentária; fatores de risco; dentição permanente

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