Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE EM 2015 NO RIO GRANDE DO SUL
Flaiane Rampelotto Penteado, Moisés Gallas, Eliane Fraga da Silveira

Última alteração: 24-08-2018

Resumo


A hanseníase é uma infecção crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae (bacilo álcool-ácido resistente), que apresenta cura quando tratada adequadamente. Esta doença negligenciada é considerada como um problema de saúde pública provocando incapacidade física, social e econômica. A transmissão da hanseníase é maior no espaço intradomiciliar em relação à população geral. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os cinco países com elevada endemicidade. O objetivo deste estudo foi analisar o número de casos de hanseníase registrados em 2015 nos municípios do Rio Grande do Sul. O estudo realizado é descritivo e quantitativo, analisando o período de janeiro a dezembro de 2015 através de dados obtidos a partir de informações disponíveis no site do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do DATASUS, Ministério da Saúde. Os dados correspondem ao número de casos registrados na população dos municípios no RS. Os dados foram organizados em planilhas do software Excel considerando os diferentes meses e o número de casos registrados por município. O número total de casos registrados em 2015 no RS foi de 929 (média de 77,41 e desvio padrão de 40,52) indivíduos. Analisando mensalmente os dados, três meses apresentaram elevadas percentagens de hanseníase: 17,4% dos casos ocorrendo em setembro (n = 162), 14,4% em julho (n = 134) e 12,1% em abril (n = 112). Considerando os municípios que apresentaram no mínimo quatro casos, aqueles que exibiram um maior número de casos em percentagem foram: 31,3% dos registros em Santa Rosa (n = 157), 18,2% em Santo Antônio da Patrulha (n = 91), 7,2% em Lagoa Vermelha (n = 36), 6,4% em Porto Alegre (n = 32) e 5,4% em Quaraí (n = 27). Os seguintes municípios apresentaram casos registrados em doze ou onze dos meses do ano: Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Candelária, Eldorado do Sul, Erval Grande, Lagoa Vermelha, Novo Hamburgo, Quaraí, Rodeio Bonito, Santa Rosa, Santo Ângelo e Vacaria. Considerando estes dados, podemos concluir que a hanseníase apresenta um elevado número de registros em todas as regiões do RS, exceto o sul do Estado. Este trabalho aponta para o elevado número de casos (929) em 2015 registrados no RS, considerando que existem registros de indivíduos com hanseníase desde 1998 no SIAB. Consideramos oportuno enfatizar a falta de medidas de controle e a vigilância intradomiciliar, pois esta constitui no método com maior modo de transmissão da hanseníase. Estratégias como a promoção da saúde em regiões afetadas, ações para facilitar o diagnóstico e, a realização de tratamento adequado representam as medidas que devem ser realizadas para que ocorra erradicação dessa doença negligenciada até 2020, como estabelecido pela OMS em 2016.

Palavras-chave


epidemiologia; Mycobacterium leprae; BAAR; doenças negligenciadas

Texto completo: PÔSTER