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Ozonioterapia no tratamento de cistite polipóide
Ariane Alievi, Viviane Pinto, Yara Liberato, Fabiane Prusch, Bruna Martin, Andressa Oliveira

Última alteração: 31-08-2018

Resumo


Introdução

A cistite é uma inflamação da bexiga, caracterizada por presença de sangue, células inflamatórias e bactérias na urina. Nos casos crônicos pode haver proliferação da mucosa, resultando na formação de pólipos, sem evidência histopatológica de neoplasia, que projetam-se no lúmen vesical, chamada cistite polipóide. O ozônio tanto na forma gasosa quanto na solução ozonizada tem efeito oxidativo direto sobre a membrana de bactérias, fungos, vírus e protozoários. Bactérias gram positivas e vírus capsulares com bicamada lipídica são especialmente sensíveis aos efeitos da ozonioterapia, além de efeito antiinflamatório, podendo ser uma alternativa no tratamento da cistite.

 

Relato de caso

 

Foi atendido no HV-ULBRA um canino fêmea, SRD, 7 anos, que apresentava cistite crônica há 4 meses. A paciente foi encaminhada para exame de ultrassom, que evidenciou uma massa medindo aproximadamente 11 mm de diâmetro na região do trígono vesical, além de espessamento da parede vesical e presença de sedimento. A paciente foi sondada, foi coletada urina para exame qualitativo de urina (EQU), urocultura e antibiograma. O resultado da urocultura foi de cultivo de Escherichia coli, Corynebacterium sp. e Staphylococcus sp. (˃10³ UFC/mL), resistente à maioria dos antimicrobianos testados. Foi iniciado o tratamento com ozonioterapia através da lavagem vesical com o uso de soro ozonizado. Para este tratamento o animal era sondado e a lavagem da bexiga era feita com solução fisiológica de 500 mL ozonizada por 5 minutos a uma concentração de 60 µg/mL. Eram colocados 20 mL por vez e retirados logo em seguida. Após o término desta etapa era inserido via sonda 20 mL de gás ozônio a uma concentração de 20 µg/mL.  Após 5 dias foi associada terapia com nitrofurantoína na dose de 5mg/kg TID por 21 dias, apesar de apenas uma, das três bactérias, ser sensível. Após 7 dias do início do tratamento foi novamente realizado ultrassom, quando a paciente foi sondada e a sonda foi manipulada sobre a superfície da massa. A amostra foi enviada para o laboratório para exame citopatológico e o resultado obtido foi sugestivo de pólipo vesical.

 

Evolução

 

Após 23 dias de tratamento foi submetida a exame de ultrassom, onde foi observada ausência do pólipo e de sedimento. Após 30 dias foram repetidos os exames de urocultura e antibiograma, através de cateterização, obtendo cultivo de Staphylococcus sp. (<10³ UFC/mL) sensível a vários antibacterianos. Neste momento o tratamento com ozonioterapia foi encerrado, sendo prescrita pulsoterapia com o uso de nitrofurantoína por 30 dias.

 

Conclusão

 

A ozonioterapia associada a nitrofurantoína se mostrou uma terapia eficiente no tratamento de cistite polipóide crônica, sem apresentar efeitos colaterais, sendo uma terapia promissora para patologias do trato urinário inferior.

 


Palavras-chave


ozonioterapia; cistite; polipoide

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