Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO PARA PITIOSE EM EQUINOS
Roberta Weber dos Reis, Thais Calvi Arend, Eduardo Malschtzky, Melanie Piper, Viviane Pinto

Última alteração: 31-08-2018

Resumo


A pitiose em equinos é uma doença ulcerativa, proliferativa e granulomatosa que envolve a pele e o tecido subcutâneo, formando grandes massas teciduais, com bordas irregulares, de aparência tumoral, com hifas recobertas por células necróticas, que formam massas brancoamareladas, semelhantes a corais, chamadas de “kunkers”. É causada por um fungo aquático o Pythium insidiosum, um oomiceto zoospórico. É um parasita de plantas e normalmente vive em vegetação aquática ou resíduos orgânicos. Há uma dificuldade no tratamento e grandes chances de recidivas. A ozonioterapia é uma técnica que utiliza O2+O3 de forma tópica com objetivo de promover ação bacteriana, viricida e fungicida, e na forma sistêmica ação analgésica, anti-inflamatória e imunomoduladora. O objetivo do presente trabalho é relatar o caso de uma égua, da raça crioula, de 9 anos de idade, atendido no hospital veterinário da ULBRA. O animal apresentava tecido de granulação exuberante no membro posterior direito na região medial de boleto. Conforme o tutor, a égua estava solta há um mês em campo alagadiço e quando buscou o animal constatou a lesão. A ferida apresentava “kunkers” que foram coletados para exame histopatológico. Foi realizada a coloração pelo método de Grocott, sendo positiva para hifas morfologicamente compatíveis com as de Pythium insidiosum, o que confirmou o diagnóstico de pitiose. Foi realizado tratamento utilizando triancinolona (0,2 mg/kg) por 5 dias, e o manejo da ferida com sulfato de cobre por 4 curativos a cada 3 dias, com a finalidade de cauterizar e diminuir a granulação. A cada troca era realizada a limpeza com solução ozonizada e realizado o bagging, por meio de uma bolsa plástica que envolvia a região da ferida e era inserido uma fonte de mistura de O2+O3 a uma concentração de 60mcg/ml por 10 minutos.  Após 15 dias, houve diminuição do tecido de granulação e o tratamento passou a ser utilizado apenas com ozônio medicinal.  Foi utilizado o bagging de ozônio a cada 3 dias, limpeza da ferida com solução ozonizada e após aplicado na lesão o óleo de girassol ozonizado e em seguida finalizado o curativo. O animal ficou internado durante um mês, sendo observada melhora significativa no aspecto da lesão e diminuição da contaminação pelo fungo, sem a presença dos “kunkers”. Devido ao custo, os tutores optaram por seguir o tratamento em casa, sendo realizados curativos diários e aplicação de óleo ozonizado na ferida para cicatrização. Até o momento não houve recidiva e a ferida segue em processo de cicatrização. Conclui-se que, o uso da ozonioterapia no tratamento da ferida por pitiose promoveu descontaminação da ferida, teve ação fungicida eliminando os “kunkers” e melhorando o processo de cicatrização além de evitar a recidiva da doença. O ozônio medicinal pode ser um importante aliado ao tratamento da pitiose.


Palavras-chave


Pitiose, Ozonioterapia, Equinos

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