Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ECTRODACTILIA EM CÃES
Paula Richter, Guilherme Cassiano Voges de Campos, Bruna vanessa Martin, Amanda Goettems, Karine Gehlen Baja

Última alteração: 31-08-2018

Resumo


Ectrodactilia é caracterizada como uma malformação embrionária, na qual ocorre uma deficiência dos elementos da porção distal dos membros, ocorrendo a formação de uma fenda digital entre os ossos metacarpais. É considerada uma doença congênita rara, que pode ser denominada como “garra de lagosta” ou “deformidade da mão fissurada”. Essa condição já foi relatada em diversas espécies como: cães, gatos, macacos, leões, búfalos, cavalos, seres humanos e até em peixes-boi marinho. Não possui predileção racial ou de gênero. Em cães normalmente se apresenta de forma unilateral no membro torácico, não tendo predileção por lado. A ectrodactilia pode ser diagnosticada através dos sinais clínicos, mas para a sua confirmação e caracterização são necessários os exames radiográficos. O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso de um canino, acometido com ectrodactilia. Um cão, sem raça definida, fêmea, com um ano e onze meses de idade, foi atendido no HV - ULBRA. No exame clínico ortopédico, foi verificado uma separação interdigital dos tecidos moles no membro torácico esquerdo. Na marcha a paciente apresentava claudicação do membro acometido, porém com apoio do mesmo. Na palpação do membro, ficou evidenciada que a fenda interdigital era entre o segundo e terceiro ossos metacarpianos, com separação de pele entre eles. O animal não apresentava dor no membro acometido, apenas certo desconforto. Foi solicitado RX do membro em projeções da porção distal e do cotovelo. O diagnóstico foi ectrodactilia. No procedimento cirúrgico foi realizada uma incisão cutânea na porção proximal do úmero, para coleta de osso esponjoso para enxerto. Após foi realizado uma incisão cutânea interdigital, entre o segundo e terceiro dígitos, para realizar a sutura de pele, unindo a região da fenda. Foi realizada então uma incisão cutânea dorsal sobre os ossos do carpo, onde foi abordada a articulação rádio carpo ulnar. Foi realizada a curetagem das superfícies articulares desta articulação para estimular a regeneração óssea e união dos segmentos. Posteriormente foi colocado o enxerto ósseo esponjoso para acelerar a artrodese. Foram colocados dois pinos nos ossos carpianos, seguido da colocação de mais dois pinos perpendiculares ao membro, sendo um colocado nos ossos metacarpianos e outro no osso rádio. Foi então obtido o fixador esquelético externo como produto final. Não foram encontradas grandes anormalidades deambulatórias, porém, foi optado pela intervenção cirúrgica a fim de prevenir a progressão das alterações biomecânicas e agravamento das lesões de tecidos moles. Foi realizado raio x controle, que evidenciou um ângulo de extensão de carpo de cerca de 8 graus, com um melhor alinhamento e maior aproximação dos ossos metacarpianos. Trinta dias após o procedimento o animal quebrou os pinos, solicitando a retirada dos mesmos e o optou-se pelo uso de órtese com imobilização do membro juntamente com sessões de fisioterapia. Pode-se concluir que o reconhecimento e diferenciação das disostroses é importante pelo fato de existirem várias opções de tratamento. A ectrodactilia se apresenta de formas bem heterogêneas e o seu tratamento depende do tipo de malformações existentes. O seu diagnóstico precoce é importante, pois pode prevenir ou minimizar complicações secundárias.


Palavras-chave


Ectrodactilia. Canino. Metacarpos. Disostroses. Procedimento cirúrgico.

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