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ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS E RADIOGRÁFICOS DE FÍSTULA URETRO-VAGINAL EM CANINO – RELATO DE CASO
Andressa Cardoso de Carli de Oliveira, Yara Vescovi Liberato Nandi, Fabiane Prusch

Última alteração: 31-08-2018

Resumo


Introdução

Fístulas uretro-vaginais não estão bem descritas na literatura. Os relatos documentados geralmente são de fístulas reto-vaginais cujas causas são congênitas e de ocorrência rara em diversas espécies (CRUZ et al., 1999). Ocasionalmente, podem ser adquiridas devido trauma, inflamação crônica ou neoplasia (AGUT et al. 2006). As radiografias (RX) simples e contrastadas e a ultrassonografia (US) permitem avaliar tanto o formato e localização, quanto a anatomia interna do trato genitourinário, sendo ambas essenciais para estabelecer o diagnóstico.

Relato de caso

Foi atendido no Hospital Veterinário da Ulbra um canino, fêmea, 7 anos de idade, não castrada, da raça shih-tzu, com histórico de anorexia, disúria e hematúria à 15 dias. Ao exame físico apresentava-se prostrada, com temperatura de 37,4º, taquipneica, com algia abdominal moderada à severa, ausculta cardíaca e respiratória sem alteração. A paciente foi internada para que exames complementares e tratamento sintomático fossem realizados. No exame ultrassonográfico a parede da vesícula urinária encontrava-se espessada (0,5 cm) e irregular, o conteúdo era anecogênico com sedimentos hiperecogênicos em suspensão (sugestivo de celularidade, cristais e/ou micro-cálculos) e apresentava diversas estruturas formadoras de sombra acústica em fundo vesical (urólitos), o maior medindo 1,5 cm x 1,5 cm; achados sugestivos de cistite e urolitíase. Durante o exame observou-se que na região de uretra abdominal ocorria desvio dorsal da sonda uretral para o fundo vaginal, que apresentava conteúdo anecogênico homogênio. RX simples e contrastado foram obtidas. Além dos urólitos vesicais foi possível detectar a presença de um urólito radiopaco de grandes dimensões em região de uretra pélvica na projeção ventrodorsal (VD). Foram injetados 10 ml de contraste iodado (Iopamiron®) através da sonda, confirmando a presença da mesma na vagina. Com base nesses achados o diagnóstico final foi de fístula uretro-vaginal. A paciente teve a anormalidade corrigida através de cirurgia posterior.

Discussão

As fístulas relacionadas ao sistema genitourinário costumam ocorrer de forma congênita e podem ou não estar associadas a outras alterações anatômicas (CRUZ et al., 1999). Especula-se, entretanto, que mediante um trauma consecutivo da mucosa devido a presença de um cálculo na uretra, a paciente do presente estudo tenha sido pré-disposta a formação da fistula uretro-vaginal. Apesar de rara, a formação de fistulas nessa região pode ocorrer devido a traumas e infecções crônicas, segundo SILVERSTONE & ADAMS (2001) e AGUT et al. (2006). A US sozinha pode muitas vezes não ser eficiente na localização de cálculos uretrais, principalmente se presentes na sua porção pélvica, devido as interferências das estruturas ósseas presentes nesta região (SUTHERLAND-SMITH, 2011). Entretanto, no presente estudo, tanto o RX quanto a US foram de importante valia na conclusão do caso e tomada de decisões cirúrgicas e terapêuticas.

Descritores: Urolitíase. Cistite. Ultrassonografia.


Palavras-chave


Urolitíase. Cistite. Ultrassonografia.

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