Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Ozonioterapia no tratamento de miopatia localizada pós anestésica em um equino
Roberta Weber dos Reis, Viviane Pinto, Thais Calvi Arend, Paulo Henrique Vieira, Eduardo Malschitzky

Última alteração: 03-09-2018

Resumo


A miopatia pós anestésica é uma das complicações mais comuns associada a anestesia geral em equinos. A doença envolve o sistema nervoso e muscular. Os sinais clínicos podem variar desde a claudicação de um membro até a fraqueza generalizada. Pode ser local, unilateral, bilateral ou generalizada. Os fatores predisponentes podem estar relacionados ao peso do animal, tempo de anestesia e procedimento, posicionamento inadequado, superfícies duras, hipotensão transoperatória, que podem levar a uma hipóxia tecidual. Geralmente os sinais iniciam logo após o paciente recuperar da anestesia. Suspeita-se do problema quando a recuperação é prolongada e ocorrem tentativas repetidas e frustradas de ficar em posição de estação. O animal afetado pode apresentar mioglobinúria, sudorese, edema e enrijecimento dos grupos musculares acometidos. Pode ocorrer um aumento significativo das enzimas musculares (principalmente CK), 4 a 6 horas após iniciarem os sinais. O prognóstico depende da região afetada e da resposta ao tratamento, podendo ser desfavorável. A ozonioterapia consiste na aplicação de ozônio medicinal (O2+O3) que através das espécies reativas de oxigênio e produtos de lipoperoxidação exercem diversos efeitos no organismo como, melhora da oxigenação e metabolismo celular, efeito anti-inflamatório, entre outros. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um equino, da raça crioula, macho, 7 anos de idade, que apresentou uma miopatia pós anestésica unilateral localizada, após ser submetido a uma cirurgia oftálmica de 3 horas. Para a realização deste procedimento foi necessária a anestesia geral inalatória e o paciente foi posicionado na mesa cirúrgica em decúbito lateral direito. Após o termino da cirurgia, o equino foi encaminhado para a sala de recuperação anestésica. Ao levantar, apresentou dificuldade de apoiar o membro torácico direito (MTD). No dia seguinte, ao retirar o paciente da cocheira o mesmo apresentou grande dificuldade em apoiar o MTD, apresentando uma miopatia localizada. Foram realizados exames bioquímicos de CK que apresentou um valor elevado (2081,9 UI/L), o que confirmou a suspeita de miopatia. Foi estabelecido terapia anti-inflamatória com fenilbutazona (2,2 mg/kg) e dimetilsulfoxido (1g/kg) intravenoso e fluidoterapia com Ringer Lactato. Foi realizado alongamento do membro afetado durante o dia e aplicação local de gás ozônio medicinal, 40ml a uma concentração de 15mcg/ml, por infiltração local nos músculos tríceps braquial e deltoide com a finalidade de promover melhora da vascularização e oxigenação local, bem como ação anti-inflamatória e analgesia local. Ao final do dia o animal apresentou melhora significativa ao deambular. No segundo dia não apresentou claudicação do membro nem desconforto a palpação. Esta doença com o tratamento convencional apresenta recuperação em torno de 7 dias, o que permite concluir que a associação da ozonioterapia ao tratamento convencional acelerou a recuperação.


Palavras-chave


Miopatia, anestesia, ozonioterapia, equinos

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