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TRATAMENTO DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO EM GATOS NEONATOS - RELATO DE DOIS CASOS
Leticia Sebastiany, Wendel Dietze, khatiana Bombassaro, Leandro Fadel

Última alteração: 03-09-2018

Resumo


Introdução

O traumatismo cranioencefálico (TCE) é um acidente de alta incidência em animais de companhia, podendo ser ocasionado por atropelamentos, agressões, quedas e causas desconhecidas (FLETCHER e SYRING, 2015). Após ocorrida, a lesão é dividida em primária e secundária, onde a primária é resultado ao dano mecânico imediato e a secundária ocorre minutos ou até dias após o trauma, se caracterizando por reações bioquímicas no cérebro (SYRING, 2001).

Objetivos

Descrever dois relatos de caso e de TCE em felinos neonatos com ênfase no tratamento clínico.

Relato de caso

Foram atendidos dois felinos, um do sexo masculino (P1) com 0,426 kg e outro do sexo feminino (P2) com 0,400 kg, sem raças definidas, com aproximadamente 1 mês, sendo relatado à anamnese que P1 havia sido encontrado na rua em decúbito lateral há poucos minutos, e P2 havia sofrido uma queda há dois dias. Apresentavam-se inconscientes, hipotérmicos, mucosas hipocoradas e hipotensos. P1 com reflexo palpebral e pupilar presentes no olho direito e ausentes no olho esquerdo, glicemia em 312 mg/dL. P2 sem resposta á estímulos nervosos. Internados na unidade semi-intensiva, onde iniciou-se o tratamento com manitol (120 mg/Kg) IV, BID, dipirona (15 mg/kg) IV, BID, e solução salina a 0,9%, IV na taxa de 2 mL/kg/h. Manteve-se a elevação das cabeças num ângulo de 30 graus, bolsas de água quente para aquecimento, alimentação pastosa no volume de 1,5 a 2 mL a cada duas horas, troca de decúbito a cada 2 horas, colírio lubrificante e fisioterapia. Sem alterações nos exames complementares. P1 recebeu alta no 14º dia e P2 no 10º dia após evolução considerável do quadro. Ambos os pacientes permaneceram com sequelas neurológicas.

Resultados e Conclusões finais

No TCE deve-se iniciar o procedimento emergencial padrão realizando a anamnese emergencial (CAPUM), seguido de exame primário (ABC) (RABELO, 2012). Segundo Freeman e Platt (2012) soluções cristalóides são inicialmente utilizadas no choque sistêmico em TCE. A solução salina hipertônica a 7,5% é o fluido de escolha em pacientes hipovolêmicos e hipotensos com aumento na pressão intracraniana (PIC) (FANTONI e CARDOZO, 2012). Em gatos é estabelecido que se inicie realizando a normalização da temperatura para ativação do sistema simpático, antes da utilização de solução hipertônica para aumentar a pressão arterial, principalmente no caso de neonatos. Segundo Armitage-Chan (2007), após a volemia restabelecida, pode-se optar pelo uso de um agente hiperosmótico, como o Manitol que reduz o edema cerebral. A utilização de corticóides não é recomendada por estar associado a um maior risco de infecções, causar hiperglicemia levando a acidose cerebral (Platt e Olby 2004). A elevação da cabeça a 30 graus reduz o volume de sangue cerebral, diminuindo a PIC (Ng I, J Lim e Wong HB, 2004). Promover analgesia em pacientes com doenças intracranianas diminui o estímulo doloroso que pode promover aumento de PIC (MUSK e RAISIS, 2012).


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