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LEVANTAMENTO DE CASOS REGISTRADOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC) EM 2017 NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Caroline de Castro Barros, Getúlio Dornelles Souza, Moisés Gallas, Eliane Fraga da Silveira

Última alteração: 03-09-2018

Resumo


A leishmaniose visceral (LV) é uma antropozoonose grave de transmissão vetorial de grande importância em saúde pública, considerada uma doença negligenciada. Na América Latina, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países, sendo destes, 90% dos casos foram registrados para o Brasil, especialmente, na Região Nordeste. Esta doença é causada por protistas do gênero Leishmania, a transmissão ocorre por meio da picada das fêmeas de insetos flebotomineos infectados, sendo o principal vetor, a espécie Lutzomyia longipalpis. Existe evidência do processo de urbanização da doença, determinada por uma série de fatores ambientais e sócio econômicos, como por exemplo, a falta de condições sanitárias e a ocupação desordenada por grandes contingentes populacionais em periferias das cidades em áreas desmatadas, como consequência, ocorreu uma expansão das áreas de transmissão. Um importante elo de transmissão é o cão doméstico (Canis familiaris), considerado como um dos reservatórios, o vetor se contamina com o protista ao se alimentar do sangue do cão, e depois ao picar uma pessoa ou outro cão, transmite o parasito. No Brasil, o registro das áreas de transmissão de LV, até o presente momento, ocorreu em outras unidades federadas, portanto sem ocorrência na região sul. Este estudo teve como escopo analisar o levantamento de casos registrados de leishmaniose visceral canina (LVC), em 2017, no Estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram obtidos do laboratório de parasitologia do LACEN/RS. Conforme NOTA TÉCNICA Nº 11/20161 por ser uma doença de notificação compulsória, as amostras sorológicas dos cães que apresentarem suspeita da doença, são encaminhadas para o laboratório para análise, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde (MS), é realizado a triagem pelo teste rápido (DPP). O Estado do Rio Grande do Sul, até o ano de 2008 era isento desde agravo, mas atualmente, através dos registros, observa-se a expansão desta doença em diversas cidades gaúchas. A partir de 2008, ocorreram os primeiros casos autóctones da doença em cães, e o primeiro registro do vetor no Estado, passando o Rio Grande do Sul a fazer parte da área de transmissão. No ano de 2017 foi observado um total de 477 casos de canídeos soropositivos, com distribuição em 21 cidades, dentre estas, as localidades mais prevalentes foram: Porto Alegre (27,9%), Uruguaiana (20,8) e São Borja (17,6%). A partir da análise do levantamento dos casos de LVC notificados no Rio Grande do Sul, observa-se que após o aparecimento do primeiro caso em 2008 na cidade de São Borja, novos casos de cães soropositivos continuam surgindo em regiões próximas a área de risco, entretanto, existe registro em regiões mais afastadas como, por exemplo, Porto Alegre e, consequentemente, ampliando a distribuição da doença no território. Considerando que as dificuldades de controle da doença são notórias, a metodologia para a vigilância e adoção de medidas, baseia-se principalmente na definição das áreas de transmissão ou de risco.

Palavras-chave


Parasitoses negligenciadas; Leishmania sp.; Reservatórios.

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