Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ULTRASSONOGRAFIA DIAGNÓSTICA DE HIDRONEFROSE PÓS TRAUMA EM FELINO – RELATO DE CASO
Yara Vescovi Liberato Nandi, Andressa de Carli de Oliveira, Cristiana correa kuci, Fabiane Prusch

Última alteração: 08-09-2018

Resumo


Introdução  A obstrução urinária, importante alteração devido a suscetibilidade a infecções e à formação de cálculos, pode resultar em atrofia renal permanente, como a hidronefrose ou uropatia obstrutiva. A hidronefrose em cães e gatos geralmente ocorre por consequência de obstrução parcial ou total, sendo raro em casos pós traumatismo (DANJOU, PENNINCK, 2015; SOUZA et al., 2015). Exames de imagem, como a ultrassonografia (US) e a radiografia simples (RX) e/ou contrastada auxiliam na determinação desse tipo de alteração e a possível causa, sendo essenciais para o diagnóstico e preconização do tratamento posteriormente.   Relato de caso Foi atendido no Hospital Veterinário da ULBRA, paciente da espécie felina, sem raça definida, inteiro, macho com aproximadamente 2 meses de idade e pesando 1,4kg. Foi resgatado da rua com histórico de trauma/atropelamento. Ao exame físico constatou-se leve desidratação, mucosas normocoradas, temperatura de 38,5° e 230 de frequência cardíaca, na palpação abdominal foi observado aumento de volume e hematoma na região abdominal cranial direita, apresentando discreta algia no presente local. Paciente ficou internado para fluidoterapia, analgesia e realização de exames complementares, com hemograma completo, ultrassonografia e radiografia abdominal. Sendo assim, o paciente foi encaminhado para o setor de diagnóstico por imagem, para a realização dos exames solicitados. No exame ultrassonográfico o rim direito encontrava-se com dimensões aumentadas e formato arredondado, perda total da arquitetura corticomedular e severa hidronefrose com conteúdo anecogênico e discreta sedimentação ecogênica adjacente. Ureter não caracterizado bilateralmente. Rim esquerdo preservado. Na radiografia ventrodorsal do abdomen, também foi observado o rim direito com dimensões aumentadas, sem evidências de cálculos ou neoformações adjacentes que pudessem justificar essa alteração; bexiga parcialmente repleta por conteúdo anecogênico e sedimentos ecogênicos em suspensão em discreta quantidade, a uretra também não foi visualizada. O paciente foi encaminhado para laparotomia exploratória e nefrectomia unilateral, após estabilização do mesmo; onde foi identificado aderência do ureter direito, sendo responsável pela obstrução, porém, o paciente veio à óbito durante o procedimento cirúrgico.   Discussão  A obstrução urinária se não reconhecida pode resultar em atrofia renal permanente, como a hidronefrose ou uropatia obstrutiva. Muitas causas de obstrução são corrigidas cirurgicamente ou controladas clinicamente, podendo 
ser de caráter súbita ou insidiosa, parcial ou total, uni ou bilateral; sendo estas, possíveis em qualquer nível do sistema urinário, desde a uretra até a pelve renal. Tais alterações podem ser por consequências de lesões intrínsecas ou extrínsecas ao sistema urinário que acabam comprimindo o ureter (ALPERS, 2005; SOUZA et al., 2015). Casos decorrentes de traumatismo, geralmente são causados devido à aderência, hematoma ou abscesso, além de iatrogenia nos procedimentos de esterilização (SANTOS et al., 2009). Sendo assim, esse caso relata a importância do exame ultrassonográfico pós trauma, demonstrando a relevância e auxílio na determinação de cirurgia e/ou tratamento clínico adequado.

Palavras-chave


Hidronefrose; Dilatação de pelve renal; Pielectasia; Obstrução; Nefrectomia.

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