Portal de Eventos da ULBRA., XVIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
MOVIMENTO CIRÚRGICO NO TRATAMENTO DA CLASSE III E REPERCUSSÕES SOBRE O ESPAÇO AÉREO FARÍNGEO: O QUE SE PODE ESPERAR?
Maria Perpétua Mota Freitas, Mateus C. A. Figueredo

Última alteração: 24-09-2018

Resumo


O estreitamento do espaço aéreo faríngeo após a cirurgia ortognática ganhou atenção nas últimas décadas, tendo em vista relatos sobre o desenvolvimento de distúrbios respiratórios do sono em pacientes prognatas submetidos a recuo mandibular. Além disso, não está claro na literatura qual a proporção de resposta da cirurgia bimaxilar no tratamento do padrão facial classe III. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi testar a hipótese de que o movimento cirúrgico no tratamento dos pacientes Classe III determina alteração nas medidas do espaço aéreo faríngeo e posição do osso hioide, verificando a proporção de resposta a partir das movimentações cirúrgicas realizadas. A amostra foi composta por radiografias cefalométricas de perfil pré e pós- operatórias, de 26 pacientes submetidos a cirurgia ortognática bimaxilar, divididos em dois grupos, conforme movimento cirúrgico realizado: Grupo 1 - avanço maxilomandibular; e Grupo 2 - avanço maxilar associado ao recuo mandibular. Para análise estatística, foram utilizados os testes estatísticos t- student para dados pareados, não-paramétrico Mann-Whitney para amostras independentes e análise de Correlação de Pearson. Os resultados mostraram que a cirurgia de avanço maxilomandibular determinou aumento nas medidas do espaço faríngeo superior (48,41%) e posterior (18,45%), diretamente correlacionados ao movimento cirúrgico de avanço maxilar e mandibular, respectivamente. Já a cirurgia de avanço maxilar associada ao recuo mandibular, ocasionou ganho no espaço faríngeo médio, diretamente correlacionado com o movimento de avanço maxilar realizado (35,93%), sem alterações decorrentes do recuo mandibular. Nesses pacientes, quanto maior o recuo mandibular, maior o deslocamento inferior do osso hioide (p=0,007). Conclusão: Nos pacientes Classe III, a cirurgia de avanço maxilar ou maxilomandibular predispôs ganho no espaço faríngeo superior, sugerindo benefício clínico a nível respiratório, enquanto o movimento de recuo mandibular, diferente do esperado, não trouxe consequências significativas para esse espaço. Mais estudos devem ser realizados para confirmar a estabilidade dessas alterações a longo prazo.


Palavras-chave


prognatismo, retrognatismo, cirurgia ortognática, obstrução das vias respiratórias, apneia obstrutiva do sono.

Texto completo: PÔSTER