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BOAS PRÁTICAS OBSTÉTRICAS, UMA REALIDADE EM MANAUS? RELATO DE EXPERIÊNCIA (artigo científico)
Dandara barros barbosa, Caroline dos Santos alves, Kelly dos Santos Barros

Última alteração: 22-10-2019

Resumo


RESUMO: As boas práticas obstétricas são aquelas comprovadamente benéficas e baseadas em evidências científicas, que respeitem o processo fisiológico do parto e apresentem os melhores resultados para as mães os bebês. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem em relação à aplicação das boas práticas obstétricas em uma maternidade da zona leste de Manaus. METODOLOGIA: Estudo descritivo pautado no relato de vivência de acadêmicos de uma universidade privada realizado no segundo semestre de 2019 no setor de PPP (pré-parto, parto e pós-parto), usando como embasamento científico artigos da base de dados LILACS, sendo escolhido 1 artigo de acordo com os critérios de inclusão (artigos em português, disponíveis na íntegra, publicados entre 2014 a 2019). RESULTADOS: Foi observado que práticas como o uso da bola, oferta de banho morno, incentivo à deambulação, acompanhante durante o trabalho de parto, contato pele-a-pele da mãe e bebê e incentivo à amamentação foram realizados nas salas de parto normal. Contudo, o uso de partograma para acompanhamento do parto, estímulo de posições verticais ou que facilitem a saída do bebê, e proteção da privacidade da parturiente, não foram realizados, muito pelo contrário, as mulheres eram constantemente expostas, não havia restrição para entrada de funcionários, sendo necessários ou não, e toda a ala de parto não possui a menor estrutura para fornecer a privacidade necessária, causando constrangimentos frequentes às gestantes. Em mais de um parto, foi observada violência obstétrica por parte das médicas obstetras, ignorando as boas práticas e realizando um parto forçado, que, em um dos casos, causou dilacerações profundas na parturiente. E apesar de incentivado pela OMS, apenas um dos partos observados pelas acadêmicas foi realizado por um enfermeiro obstetra. CONCLUSÃO: Apesar de várias das boas práticas serem realizadas, nota-se que o bem-estar da mulher e do bebê é muitas vezes ignorado para que se realize um parto rápido. Falta mais autonomia e empoderamento por parte da enfermagem para conduzir os cuidados no parto e intervir quando necessário. Também há excesso de intervenções, como a episiorrafia, já rotineira na unidade. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A OMS considera que as enfermeiras obstetras são as profissionais mais adequadas para o acompanhamento das gestações e partos de risco obstétrico habitual, pois geram melhores resultados comparadas àquelas em que a assistência é realizada apenas por médicos, contribuindo para o cuidado humanizado, promovendo menor número de intervenções e maior satisfação materna.


Palavras-chave


boas práticas; obstetrícia; humanização do cuidado.