Portal de Eventos da ULBRA., XXIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DO AZO CORANTE AMIDO BLACK 10B, UTILIZANDO O TESTE SALMONELLA/MICROSSOMA
Jean Fachini, Jean Fachini, Julia Pereira Unffer, Cleonice Hoffmann, Juliana Bondan Silva, Crislaine Maria Carvalho Da Cruz Brambilla, Jaqueline Nascimento Picada

Última alteração: 12-09-2017

Resumo


Fachini J, Unfer JP,Hoffmann C ,Silva JB, Brambilla CM,Picada JN

Os corantes azo são um grupo de corantes amplamente utilizados nos processos de curtimento de couros, tecidos e impressões, sendo considerados os mais importantes na indústria do tingimento, pois aproximadamente 80% dos corantes ácidos e reativos são azo compostos. Esses intensificam a coloração do couro, por exemplo, tornando-o mais atrativo visualmente. Porém possuem baixa biodegradabilidade, levando ao descarte de efluentes com índices de coloração em desconformidade com a legislação vigente. O corante Amido Black 10B está na lista dos corantes mais utilizados mundialmente. Não foram encontrados estudos publicados sobre a mutagenicidade deste corante, mas existe uma revisão sobre a mutagenicidade de outros corantes com estrutura similar ao do Amido Black 10B, indicando que todos com estrutura similar demonstraram ser mutagênicos. O objetivo deste estudo é avaliar a capacidade deste corante em induzir mutações gênicas utilizando o teste Salmonella/microssoma. O teste foi realizado utilizando o procedimento padrão de incorporação. Foram utilizadas as linhagens de Salmonella typhimurium TA98, TA97a, TA100, TA102 fornecidas por MOLTOX (Molecular Toxicology Inc., EUA). Em resumo, em tubos de vidro estéreis, contendo diferentes concentrações de Amido Black 10B (250, 500, 1000, 2000, e 5000 µg/placa) foram adicionados S9 mix (0,5 mL, 4% S9) ou PBS (0,5 ml), cultura bacteriana (1-2 x 109 células / mL), e 2 ml de gelose (0,6% de agar, 0,5% de NaCl, 50 mM de histidina, biotina 50 mM, pH 7,4, 42oC). Os conteúdos dos tubos foram vertidos para uma placa de ágar mínimo (1,5% de agar, sais de Vogel-Bonner, contendo 2% de glucose). Nos ensaios com ativação metabólica, aflatoxina B1 (1 µg/placa) foi utilizada como controle positivo para todas as linhagens e nos ensaios sem ativação metabólica foi utilizado 4-nitroquinolina-N-óxido (4-NQO, 0,5 µg/placa) como controle positivo para TA98, TA97a e TA102, e azida sódica (1 µg/placa) para TA100. Todas as placas (em triplicata) foram incubadas no escuro a 37°C durante 48 h antes da contagem colônias revertentes. Amido Black 10B mostrou atividades mutagênicas para TA98 e TA97a, indicando indução de mutações por deslocamento no quadro de leitura (frameshift mutations) na ausência e na presença de S9 mix. Houve um aumento significativo no número de revertentes na TA100 na concentração mais alta testada, no entanto, índice de mutagenicidade foi menor do que dois, indicando resultado negativo. Na linhagem TA102, que detecta mutações por danos oxidativos, o corante não foi capaz de induzir mutações, na ausência e na presença de ativação metabólica. Os resultados positivos para mutagenicidade observado neste estudo reforçam a necessidade de uma melhor avaliação toxicológica deste corante e sua degradação nas estações de tratamento de efluentes.

 

Descritores: teste Salmonella/microssoma; corantes azo; mutagenicidade



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