Portal de Eventos da ULBRA., XXIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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DETECÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC) PELA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE EM TEMPO REAL (qPCR) EM CANIDEOS DO RIO GRANDE DO SUL
Vinicius Proença

Última alteração: 17-09-2017

Resumo


A leishmaniose é uma patologia causada por protozoários do gênero Leishmania, família Trypanosomatidae. Este parasito infecta as células do sistema fagocítico mononuclear dos vertebrados (entre os quais o homem e os cães) na sua forma aflagelada (amastigota), mas também possui uma forma flagelada (promastigota) encontrada no tubo digestivo de insetos vetores (Lutzomyia spp.). A infecção nos vertebrados ocorre durante o repasse sanguíneo realizado pelos insetos vetores portadores do parasito. A doença pode apresentar duas formas de manifestação: leishmaniose visceral (LV) que apresenta sinais sistêmicos com comprometimento de órgãos e risco de óbito, e a leishmaniose tegumentar americana (LTA) caracterizada apenas por lesões cutâneas. As espécies de Leishmania associadas a LV e LTA possuem um ciclo epidemiológico silvestre, onde marsupiais e canídeos silvestres são reservatórios do parasito, e um ciclo peridomiciliar, com os cães domésticos sendo afetados pela LV canina (LVC) e constituindo importantes reservatórios para a LV humana (LVH). A LVH ocorre em maior número nos estados no norte do Brasil, relacionada a populações de baixa renda e próxima a zonas rurais, tendo crianças como indivíduos mais suscetíveis. No Rio Grande do Sul, existem casos de LVH confirmados desde 2008, primeiramente em São Borja e depois em Porto Alegre. Recentemente, ocorreram novos casos no homem (três óbitos), principalmente em alguns bairros (Lajeado, Agronomia, Lomba do Pinheiro e Morro Santana) de Porto Alegre. O presente estudo tem como objetivo estabelecer a detecção de LVC pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), em cães (sintomáticos e assintomáticos), canídeos silvestres e marsupiais. Inicialmente o teste foi implementado conforme previamente descrito (FRANCINO et al., 2006*). Após, o desempenho do teste (sensibilidade e especificidade) foi avaliado com o uso de controles positivos e negativos, além de amostras de sangue de cães. Os resultados obtidos até agora demonstraram que a técnica apresenta uma performance analítica muito boa. Foram analisadas também 19 amostras, tendo como origem cães com suspeita clínica de LVC, nenhuma amostra apresentou resultado positivo. Novas amostras de cães domésticos e de animais selvagens estão sendo obtidas, buscando realizar um número maior de analises.

 

*FRANCINO et al., Advantages of real-time PCR assay for diagnosis and monitoring of canine leishmaniosis. Vet. Parasitol. vol.137 p.214–221, 2006.


Palavras-chave


PCR, Leishmania spp., Mosquito-Palha

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