Portal de Eventos da ULBRA., XXIV SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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CINODONTE ULBRA-PVT049 E A DERIVA CONTINENTAL
Arymathéia Santos Franco

Última alteração: 06-09-2018

Resumo


Inúmeros clados de tetrápodos Permo-Triássicos fósseis destacam-se entre os fósseis encontrados em rochas fossilíferas da Bacia do Paraná, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Entre estes grupos extintos destacam-se arcossáurios basais como rauisuchians, rincosáurios, dinossauriformes basais, e dinossauros basais. Entre os Sinápsidas, chama à atenção a presença de grandes e pequenos dicinodontes, e inúmeros e diversificados grupos de cinodontes não-mamalianos. Entre os Eucynodontia, o clado Traversodontidae destaca-se pela sua diversidade e distribuição cosmopolita, sendo coletados nas zonas de associação referentes ao Triássico Médio e Superior. A similaridade das paleofaunas registradas no Brasil e na África, não apresenta maiores afinidades além do nível de clados mais inclusivos que “família”. Na ZA Dinodontosaurus pertencente à Supersequência Santa Maria foram registrados cinco cinodontes, quatro sendo traversodontídeos; Massetognathus ochagaviae, Traversodon stahleckeri, Protuberum cabralensis e Luangwa sudamericana. No ano de 2008 foi coletado pelos pesquisadores Da silva e Cabreira no Sítio Bortolim, Município de Dona Francisca, região central do Estado do Rio Grande do Sul, um crânio (ULBRA-PVT049, Laboratório de Paleontologia, Museu de História Natural – ULBRA), atribuído à espécie Luangwa sudamericana, o que sugere que o táxon é presente em níveis da ZA Dinodontosaurus, mostrando o compartilhamento em nível de gênero entre a América do Sul e o continente Africano. O crânio encontra-se em bom estado de preservação, mostrando-se comprimido lateralmente, região rostral está parcialmente fraturada na altura da pré-maxila direita. As similaridades entre o novo material com os demais do gênero Luangwa, referem-se ao rostro curto, à região temporal curta, ângulo do dentário fortemente projetado posteriormente e dentes pós-caninos expandidos labiolingualmente. Este fóssil mostra a existência de uma paleofauna Triássica compartilhada com o continente africano. Da mesma forma, a similaridade estratigráfica em relação às rochas da ZA Dinodontosaurus (Brasil) com a formação Ntawere e Omingonde respectivamente Zâmbia e Namíbia (África), aponta que durante o Triássico os continentes estavam unidos formando o Pangéia. Assim, o ULBRA-PVT049 representa mais uma evidencia que durante o período Triássico não havia barreiras efetivas entre as Américas e o continente Africano. Assim, esta descoberta reforça a teoria da Deriva Continental defendida por Wegener (1912).


Palavras-chave


Luangwa, Triássico, Deriva Continental, Traversodontidae.

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