Portal de Eventos da ULBRA., XXIV SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Produção e Caracterização Do Biocompósito Nanoquitosana/Óleo de Buriti Através de Novo Método de Obtenção
Júlia Silveira Broquá

Última alteração: 27-09-2018

Resumo


A pele está constantemente exposta a fatores externos capazes de danificar sua estrutura e funções. As lesões têm alto impacto socioeconômico, se tornando um problema de enorme relevância para a área da saúde e para a comunidade científica. Biopolímeros são amplamente estudados e utilizados na área da saúde por possuírem biodegradabilidade, não toxicidade e biocompatibilidade, geralmente provendo de fontes renováveis e processamento relativamente acessível. A quitosana é um polissacarídeo estrutural, mais importante derivado da quitina e o único biopolímero carregado positivamente na natureza. Seu caráter exclusivamente catiônico proporciona propriedades antioxidante, antimicrobiana e antifúngica. Na obtenção de nanopartículas de quitosana, a cristalinidade é fortemente reduzida resultando em um material mais amorfo, com alta reatividade e propriedades hemostáticas e mucoadesivas. A complexação da quitosana nanocristalina e óleos essenciais naturais fornecem um biocompósito exclusivo com grande potencial para aplicações dermatológicas. O óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.) é um óleo essencial amazônico com alta concentração de ácidos graxos e rico em vitaminas, além de atividades antioxidante e antimicrobiana. O objetivo deste trabalho é criar um biocompósito de quitosana nanocristalina e óleo de buriti para obtenção de um biomaterial único, com grandes propriedades e de processamento industrialmente acessível, através de novo método proposto. O processo pode ser dividido em duas etapas, iniciando com a dissolução da quitosana em solução de ácido acético, até atingir pH 4.6. A segunda etapa compreende a coagulação e complexação, para obtenção da nanocristalinidade e do biocompósito. É realizada com adição solução NaOH sob condições controladas. Ao atingir pH 5,0 é adicionado o óleo de Buriti, prosseguindo com adições de solução NaOH até atingir pH final 7,4. Na Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR-ATR) foram identificados os grupos característicos da nanoquitosana e do óleo de Buriti, com o surgimento de um novo grupo amida, sugerindo a interação e complexação dos materiais. A análise do Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) apresentou aglomerados de nanoquitosana, sugerindo o encapsulamento do óleo, principal propriedade da nanoquitosana já consolidada na literatura. O tamanho de partícula mostra um aumento mínimo do tamanho de partícula do biocompósito comparado à nanoquitosana, corroborando com a sugestão de encapsulamento. Os testes microbiológicos com EscherichiacoliStaphylococcus aureus mostraram maior inibição no biocompósito comparado aos resultados de inibição dos materiais independentes. O material final não apresentou separação de fases, manteve a integridade química das espécies e intensificou comprovadamente as características esperadas, comprovando o potencial do bioproduto para utilização na medicina regenerativa no que compete os processos de cicatrização de lesões.

Palavras-chave


Biomateriais, Nanoquitosana, Óleo de Buriti, Biocompósito, Medicina Regenerativa.

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