Portal de Eventos da ULBRA., XXV SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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PERFIL DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM ESCOLARES
Tainá Viégas da Silva Garcia, Aline da Silva Kern, Thiago Augusto Flores Chies, Sinara Rech, Deisi Cristina Gollo Marques Vidor

Última alteração: 10-09-2019

Resumo


A consciência fonológica é a habilidade de manipular os sons da língua (Gillon, 2005) e está intimamente relacionada ao processo de alfabetização (Leite, Brito, Martins-Reis e Pinheiro, 2018). Através da consciência fonológica percebemos que palavras diferentes podem começar e/ou terminar com mesmo som, da mesma forma que estas podem ter tamanhos diferentes e que isso não está relacionado com o objeto propriamente dito (Alves, 2010). A partir dos 3-4 anos as crianças já iniciam um certo nível de consciência fonológica, o qual irá se aprimorar com o início do processo de alfabetização (Snowling, 2003). Estudos recentes demonstram a retroalimentação existente entre o domínio das habilidades fonológicas e o processo de alfabetização (Santos e Barrera, 2017). Por isso, torna-se tão importante, principalmente dentro do ambiente escolar, a proposição de atividades que busquem trabalhar os vários aspectos da consciência fonológica (Morais, 2015). Partindo destes pressupostos, o objetivo deste trabalho é verificar o desempenho de alunos do 3º ano do ensino fundamental de uma escola pública do município de Porto Alegre em habilidades de consciência fonológica, a fim de subsidiar um trabalho nesta área, com vistas ao aprimoramento do processo de alfabetização no qual estão inseridos. Foi aplicada a prova de consciência fonológica por escolha de figuras (Capovilla & Seabra, 2012) que é composta por nove subtestes, os quais avaliam Rima, Aliteração, Adição Silábica, Adição Fonêmica, Subtração Silábica,  Subtração Fonêmica, Transposição Silábica, Transposição Fonêmica e Trocadilhos, em grupo, por alunos do Curso de Fonoaudiologia da UFCSPA, sob supervisão.  Ao todo, foram avaliadas 94 crianças. O número máximo de acertos do protocolo era 45 itens, sendo cinco destinados à verificação de cada uma das nove habilidades avaliadas. A média obtida foi de 40,77 acertos, sendo a menor pontuação de 21 acertos. Treze crianças obtiveram pontuação máxima. Do total de alunos avaliados, 84,32% obtiveram acerto nos cinco itens de Rima; 96,8% nos itens de Aliteração; 95,08% nos de Adição Silábica; 86,16% nos de Subtração Silábica; 95,96% nos de Adição Fonêmica; 91,92% nos de Subtração Fonêmica;  91,26% nos de Transposição Silábica; 88,7% nos de Transposição Fonêmica e 84,24% nos itens de Trocadilho. A habilidade com melhor desempenho foi, portanto, a de Aliteração, sendo que nesta avaliação está também o único item do teste que obteve um índice de acertos de 100% (todos os alunos marcaram “gato” quando questionados sobre qual dos desenhos começava da mesma forma que a palavra “galho”). Já o pior desempenho foi na habilidade Trocadilhos, na qual as crianças devem reorganizar uma locução de modo a torná-la com sentido, reconhecendo a forma dita desorganizadamente pelo avaliador dentre os desenhos (por exemplo, para a resposta “tomar banho” o avaliador profere “botar tanho” e a criança deve marcar o desenho da pessoa tomando banho). Curiosamente, o item que recebeu menor índice de acertos não está nesta habilidade, mas sim na de Transposição Fonêmica: para o item “ocas”, somente 55 crianças (58,5%) marcaram o desenho “saco”, índice bem abaixo das médias evidenciadas nas habilidades testadas. Os resultados demonstram a necessidade do trabalho de aprimoramento das habilidades fonológicas por meio de atividades específicas, principalmente se levarmos em conta a estreita relação entre tais habilidades e o processo de alfabetização dos escolares.

 

 

 


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