Portal de Eventos da ULBRA., XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
CASOS DE DOENÇA DE CHAGAS NAS REGIÕES DO BRASIL ENTRE 2018 E 2020
Valmir Dal Mass Júnior, Elisa Kalil Vinholes, Pedro Augusto Horbach Salzano, Gabriela Accampora Fortes, Eliane Fraga Silveira

Última alteração: 03-12-2021

Resumo


A doença de Chagas é uma antropozoonose causada pelo protista Trypanosoma cruzi, de característica bifásica, apresentando uma fase aguda com sinais clínicos podendo ser aparentes, e uma fase crônica de manifestação diversa, podendo apresentar sintomas cardíacos e digestivos. Seu principal vetor são insetos da subfamília Triatominae, popularmente conhecidos como barbeiro. A transmissão pode ocorrer pela via oral, por meio do contato com as formas infectantes presente nas fezes do inseto, por contaminação no momento da picada, via transplacentária, transfusão e transplante de tecidos. O trabalho tem como objetivo averiguar o número de casos de doença de Chagas por região afetada no Brasil nos últimos 3 anos, e identificar as áreas de risco e o perfil epidemiológico. Estudo epidemiológico transversal descritivo a partir de dados do DATASUS, entre os anos de 2018 e 2020. O Brasil registrou um total de 930 casos de doença de Chagas diagnosticados durante o período. A região mais afetada foi a região Norte, abrangendo 92,10% dos casos em 2018 (350), 91,14% em 2019 (350) e 96,99% em 2020 (161), sendo a grande maioria notificada no estado do Pará. Em segundo lugar, a região Nordeste possui 7,63% dos casos em 2018 (29), 8,33% em 2019 (32) e sem casos notificados em 2020, os estados mais afetados foram o Maranhão em 2018 e Pernambuco em 2019. A região Sudeste apresentou 2,41% dos casos (4). No período analisado, a faixa etária mais acometida foi entre 20-39 anos com 34,84% dos diagnósticos (324), seguido pelos indivíduos entre 40-59 anos, com 24,41% (227). A proporção entre homens e mulheres foi semelhante, sendo o sexo masculino mais acometido com 54,19% dos casos. A partir desta análise, os dados apontam para um elevado valor de transmissão na região Norte, sendo relacionada principalmente a fatores socioeconômicos, refletindo nas condições de moradias mais precárias e locais mais propícios para colonização do vetor, associado a baixa assistência dos órgãos de vigilância em saúde, além do fato de existirem duas espécies do vetor de difícil controle na região, o Triatoma brasiliensis e o Triatoma pseudomaculata. Existe a necessidade de uma maior atenção dos órgãos de vigilância pública para a prevenção nas áreas de risco, buscando uma rápida identificação de possíveis locais de proliferação do vetor, além de incentivar medidas de cuidado pessoais nas comunidades mais afetadas, como utilização de telas e mosquiteiros nas residências e fazer uso de repelentes e inseticidas.


Texto completo: Banner  |  Texto